O campeão mundial recordista em compôr estudos foi M. Botvinnik. Publicou dez estudos (dentre os quais quatro miniaturas) em um dos seus livros, Medio Siglo en el Ajedrez.
Quase todos os estudos de Botvinnik nasceram como resultado de análises de posições concretas (comentei em outro post que muitos estudos nasceram assim).
O diagrama acima é um estudo de 1939 (brancas jogam e ganham) e está em muitos livros de finais de peões. A solução é fina porque envolve conceitos nos finais de peões como o de casas correspondentes (aquelas de recíproco zugzwang), oposição (um dos mais comuns casos de casas correspondentes) e rodeio(quando o rei inimigo se retira para um lado e nosso rei, então, ataca o outro lado. O lado mais forte consegue a oposição para fazer o rodeio). Além disso, em situações de estruturas de peões, como a do estudo acima, há sempre uma linha (coluna ou fila) "maior" na qual é vitalmente essencial obter a oposição. Então, quando o rei inimigo se retira desta linha maior, você deve rodeá-lo. E o estudo de Botvinnik tem um detalhe que torna o rodeio (ou a defesa do rodeio) eficaz (ineficaz).
Curtam o estudo!
4 comentários:
Pensei aqui por uns 15 minutos... num sei se tá certo. Vamos lá.
As pretas conseguem empatar. Acho que o segredo aqui é o rei preto fazer oposição ao rei branco, assim que o rei branco toma o peão de d5.
Por exemplo:
1.Rf6 Rb6!
(e não Rc6, pois senão 2.Re6 e a oposição é do branco)
2.Re5 Rc7
3.Rxd5 Rd7 (a oposição tá feita)
Aqui é empate em todas as variantes (pelo menos eu acho).
Abraço!
Felipe
Felipe, esqueci de dizer no texto original que brancas jogam e ganham (agora corrigi)!
Sua análise está correta, mas pensa um pouquinho mais porque as brancas podem jogar de outra forma.
Abraço!
Hum... então, tentemos pouco mais.
Na verdade as pretas perdem mesmo.
A partir da posição 3... Rd7 (da minha análise inicial), temos:
4.Rc5 Rc7
5. d5
Se 5... Rd7; 6.Rb6 Rd6 7. Rxa5! e ganha
Se 5...Rb7; 6.d6 Rc8; Rb6 e ganha
7-Rxa5- Rxd5 é tablas.
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