REPETIREI, EM HOMENAGEM, A POSTAGEM QUE FIZ EM OUTUBRO DE 2011.
1103- Viva Spassky!!
Quarta-feira fui assistir ao filme "Bobby Fischer contra o Mundo". Confesso que nunca fui fã do Fischer, nem nas partidas (heresia isso?) nem das suas "excentricidades", apesar de reconhecer que elas foram inerentes para o "boom" do xadrez em várias partes do mundo. Fischer foi um homem psíquicamente esmagado pela infância traumática e uma laranja explorada pelo estado ultra-capitalista e corrupto norte-americano. Exploraram seu sumo na Guerra Fria e depois largaram o bagaço à própria sorte. Pobre Bobby!
Mas, durante o filme, abstraí-me da tendência das pessoas se emocionarem com os gênios loucos e fiquei focado no filme todo no "perdedor", naquele que considero o perdedor mais digno da história do xadrez. Um homem equilibrado, chamado Boris Spassky.
Spassky parece que teve sempre a consciência do seu papel na história do xadrez. O que seria Fischer sem Spassky? Por que não reverenciamos todos aqueles que, sendo muito bons nas suas atividades, competiram com dignidade e coragem com os gênios?
Spassky foi a antítese de Fischer: sociável, equilibrado, bon-vivant! um gigante do xadrez que colocou a atividade no seu devido lugar. Sofreu com as "exigências" (amparadas pelo marketing capitalista do império norte-americano) de Fischer, tinha um psicólogo (Nikolai Krogius) como segundo e levou o match com Fischer com um respeito ao esporte jamais visto.
Sinceramente? não quero outros Fischer no mundo. Quero é que se tenha cada vez mais Spasskys!!!
Um interessante artigo sobre Spassky achei AQUI.
