quinta-feira, 13 de outubro de 2011

1097- Reflexão sobre as equipes biônicas no Interclubes



   Senhores, muitas vezes ouvi que o Movimento Convergência é elitista porque faz muitos torneios valendo rating FIDE.
  Os mesmos que atacam se calam ao verem o descalabro que são as "equipes biônicas" no Campeonato Interclubes do Estado do RJ. Senão, vejamos: o Clube de Xadrez Grande Roque, clube do imperador que está à frente da Federação de Xadrez do Estado do RJ há 15 anos (!!), anuncia que o GM Giovanni Vescovi será seu tabuleiro nº 1 no certame. O Tijuca Tênis Clube, cujo diretor de Xadrez é o presidenciável da chamada "3ª via", anuncia Krikor, Cubas, etc.. A mentalidade desses dirigentes, que por coincidência são candidatos à próxima eleição da Fexerj, é que se pode chamar, sem dúvida nenhuma, de ELITISTA. 
O que será que passa na cabeça desses dirigentes? será que acham realmente que a contratação dessas estrelas do Xadrez  vão agregar algo ao nosso combalido Xadrez do Estado do RJ? não, não vão agregar nada. Os contratados mamam a grana do cachê (Ihh, cuidado com os voadores pessoal!) e vão embora, sem deixarem qualquer contribuição.
Será que acham que a contratação dessas estrelas medirá o trabalho feito em seus clubes? bom, na revista do TTC isso certamente será bem explorado pelo candidato marketeiro da 3ª via mas será que trará algum benefício concreto ao depto. de Xadrez do clube? será que a vinda do GM Giovanni Vescovi significará a mudança da opinião comum aqui de que a atual gestão da Fexerj arrasou com o movimento enxadrístico do RJ?
E os diretores de clubes, da capital e do interior, que efetivamente trabalham, cada qual com suas imensas dificuldades, o que acham da contratação desses estelares? será que imaginam que esses cartolas contratantes irão efetivamente implementar políticas de Xadrez Escolar e massificação do Xadrez em nosso amado Estado do RJ? será que acham que esses cartolas realizarão  uma efetiva, eficaz e eficiente regionalização no nosso interior do estado (não esses enganosos e insuficientes regionais!)?
Interclubes deve ser um medidor do grau de trabalho de um clube e de seus diretores (por exemplo, na Hebraica o trabalho é pífio há anos, nenhum torneio, nenhuma atividade). A contratação de enxadristas com uma ligação meramente mercantil com os clubes contratantes é uma afronta, na minha opinião, ao trabalho sério desenvolvido pelos demais clubes.
E onde está o elitismo da Convergência? o Zonal de Araruama foi elitista? pois foi lá que o MI Diego Di Berardino ganhou a oportunidade de jogar a Copa do Mundo. O Circuito IRT é elitista? pois é esse Circuito que está ampliando a base de jogadores do RJ cadastrados na CBX. Isso é retorno concreto de investimentos!
Quanto será gasto (boa pergunta para aqueles que se preocupam com os gastos da Convergência!) nos cachês desses estelares? qual a relação custo-benefício para o Xadrez do RJ?
Reflitam. 
José Eduardo Maia.

VEJAM TAMBÉM UMA POSTAGEM SOBRE O TEMA NO BLOG XADREZ OPINIÃO.

5 comentários:

AF Paulo C. Levy disse...

Tenho evitado participar dos "bate-bocas" dos "Blog", principalmente porque na maioria das vezes, nos faz lembrar das "briguinhas", na nossa infância, de "grupinhos" rivais de ruas vizinhas.
Mas agora surge uma situação séria, e que não posso me furtar de externar minha opinião.
Há muito que me incomoda, o disparate de um clube se apresentar para o Interclubes, o Evento mais importante do nosso Estado, com "Equipe Terceirizada".
Isto prá mim sempre foi uma afronta, principalmente por ser o tal clube, cuja sede é "a casa do Sobrinho".
Relembro uma pequena, curiosa e passagem da história recente da nossa Federação. Durante a Assembléia Estatuinte da Fexerj, iniciada em 2000, e finalizada, de forma desonesta e traiçoeira, sem a minha presença, em 2001, apresentei e consegui aprovação, de filiação na Fexerj, de pelo menos 3 meses, antes do Interclubes. Depois da "sessão secreta" que encerrou a dita Assembléia, alguns pontos aprovados desapareceram!!
Quantos Eventos de verdadeiro valor para os enxadristas do Rio de Janeiro, poderiam ser feitos decentemente com esta verba??
Durante a Final do Absoluta Estadual de 2010, em fevereiro de 2011 (??), foi exigido do atleta baiano, Diogo Duarte, que oficializasse, na CBX, a sua transferência para o Rio de Janeiro, e isto seria base para o mesmo procedimento no InterClubes.
Parece que todos esqueceram disto.
Agora, para meu constrangimento, o meu clube, Tijuca TC, entra neste caminho, que prá mim, é uma agressão ao bom senso.
Registro aqui a minha insatisfação com este "Circo".

amasca disse...

Leitores de Maiakowsky,

O texto do Maia e a msg do Levy mostram o descalabro reinante no Xadrez fluminense.

Disparates acintosos contra o xadrez que tanto amamos e desejamos ver mais e melhor desenvolvido no Rio de Janeiro. E contra nós mesmos, afinal é o nosso quintal.

Mas nesse turbilhão todo, vale externar um fato muito bom que aconteceu recentemente, durante a visita ao Rio do GM Magnus Carlsen... Citei en passant isso no blog do Amorim (surpresa agradável...) e agora detalho.

Vamos lá então:

Quando no início de 2010 eu fui jogar em Gibraltar, fiz amizade com a MI norueguesa Katrine Tjolsen, que viria residir no Rio meses depois.

E mantivemos contato eventual por emails desde então.

Quando soube da vinda do Carlsen ao Rio, a primeira pessoa que lembrei-me de avisar foi ela (que já sabia...). Nesse contato, ela pediu-me dicas de torneios rápidos, em fins de semana, aqui no Rio. Desejava jogar.

Falei do Interclubes e do IRT de Primavera da ALEX e ela apreciou participar de algumas partidas do interclubes.

Nesse contexto, citei dois bons clubes que eu poderia contactar para inscreve-la como federada, TTC e ALEX, e detalhei as potencialidades de ambos.

Ela singelamente preferiu defender o clube mais modesto em sua estrutura de atletas, a ALEX (sem de modo algum desmerecer(mos) o TTC) e fizemos sua inscrição pela ALEX.

Puro amadorismo pelo xadrez, sem nenhum centavo em troca de sua presença no ITC, assim como eu o farei. Talvez lutemos por um 4o. ou 5o. lugar no grupo A, mas muito felizes pelo prazer de praticarmos xadrez na sua essência e plenitude.

Que esse exemplo marque como um ponto positivo a ser seguido e valorizado. Nada de artificialismo extrativista.

Nada será construído com base nesse artificialismo ridículo que presenciaremos neste fim de semana no TTC.

Mas perseveraremos com bons exemplos e muito trabalho, pois do contrário eles terão vencido...

As mais de 1.000 inscrições em eventos convergentes este ano, além dos já R$ 26 mil em prêmios pagos mostram a força de nossa proposta. E do outro lado ??? Terra devastada e muita conversa de bastidores, inócua há anos.

O poder constituído (FEXERJ) de pouco vale, se não vier atrelado a boas práticas e resultados crescentes e concretos.

Fiz, faço e farei o meu papel em prol do xadrez carioca e fluminense, e quem acreditar nesses valores que venho pregando, que me acompanhe e o multiplique, pois o trem não vai parar.

SÓ DEPENDE DE NÓS !!

MF Alberto Mascarenhas

Paulo Goulart disse...

Prezados,
esse tema não é debatido com seriedade pelo simples fato de que vários "profissionais" cariocas se beneficiarem com esse constume em outros estados.

Creio que poderíamos acrescentar um Classe Especial para abrigar esses "voluntários", sem que os jogadores dos clubres se submetam a essas manobras.

Isso tudo mostra as dificuldades que o Xadrez tem de crescer: os que faturam os minguados trocados dessas participações contribuem para o rompimento desse padrão de escasses?

Óbvio que não! O que fazer??? Não jogar. Faço isso! Podem até questionar-me dizendo que não participaríamos das eleições da FEXERJ. Retruco: Precisamos da FEXERJ ou ela precisa de nós? O CONVERGENCIA veio provar qual das respostas está valendo!

Paulo Goulart

amasca disse...

Grande Goulart !

pegando gancho em sua msg, concordo que devemos evoluir para haver em algum momento um série "especial" que acolha profissionais (bem) remunerados e que atraiam mais ainda a atenção sobre a competição por equipes no RJ. Faz parte do jogo. E com regulamento adequado a esta perspectiva e validado pelos clubes do estado com a devida antecedência.

O que não pode é o artificialismo claro que está acontecendo, com a realidade do estado demonstrando no máximo jogadores locais beirando 2300 FIDE (exceção para MI Di Berardino e GM Lima) e GMs federados por outros estados/países estarem jogando folgadamente o interclubes, pagos regiamente por dirigentes locais enquanto outros clubes do RJ estão sendo impedidos de inscrever suas equipes (A, B ou C !) pelo simples fato de tenderem a apoiar a Convergência, bloqueados em seu direito legítimo com alegações falsas ou mirabolantes (IBC e Mendes são dois neste caso, podem haver mais).

Como explicar para um entusiasmado garoto da baixada que ele está impedido de jogar o classe C por seu clube enquando GMs que nada agregam ao xadrez carioca vão sentar-se impávidos para massacrar os locais, satisfazer egos e receber alguns trocados pelo trabalho ou retribuição política?

Mas para quem conhece como eu o cenário de anos do xadrez carioca e fluminense nada mais espanta.

Deixou de espantar (que em si não resolve nada) e no lugar do espanto veio a ação concreta e firme de mudança ou de oferta de boas alternativas via Convergência.

E muito mais virá... A força dessa tsunami ética e desportiva é inexorável e é este fato que mais incomoda aos posseiros atuais.

SÓ DEPENDE DE NÓS!

MF Alberto Mascarenhas

Cristiano disse...

Considero a participação de jogadores contratados para jogar o Interclubes do RJ uma aberração completa.Trata-se de um acinte contra os verdadeiros jogadores do nosso Estado,que aguardam com enorme expectativa o grande evento que é o Estadual Interclubes.A presença destes jogadores,independente de nível técnico,representa um rotundo demérito para o xadrez carioca,pois os mesmos não possuem nenhuma identificação com os clubes pelos quais irão jogar.Respeito totalmente os jogadores que deixarão de jogar como forma de protesto contra esta "aberração legalizada" que se repete anualmente de forma reiterada e inexplicável.