domingo, 30 de novembro de 2008

140- Interclubes 2008


Interclubes é legal para rever pessoas bacanas! Na foto, Alberto Mascarenhas, Sadi Dumont, Eduardo Limp e Maiakowsky! Jóia a imagem!

Muito gratificante ter conhecido pessoalmente o Waldemar Costa e o Celso Renato. Ambos amam xadrez e o que fazem!

PARABÉNS AO CLUBE DE XADREZ DE MENDES PELO BI-CAMPEONATO DO INTERCLUBES!!

Boa semana a todos!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

139- Enxadrista, não compre!



Neste ano, o dia 29 de novembro foi escolhido para ser um "Dia Sem Compras". O objetivo é que, nesta data, além de não comprar nada, todos façam uma reflexão sobre os impactos sociais e ambientais dos nossos hábitos de consumo.

Os atuais padrões de consumo são insustentáveis do ponto de vista ambiental e injustos socialmente, já que a grande maioria da população é privada do acesso a bens e serviços essenciais para uma vida digna.

Criado em 1993 pela organização canadense Adbusters , hoje o evento mobiliza pessoas em dezenas de países no mundo todo. O chamado "Buy Nothing Day", em inglês, também é realizado para apoiar a reflexão sobre o verdadeiro significado de uma celebração anual fortemente marcada pelo consumismo: o Natal.

Assim como a Adbuster, o site do Dia sem Compras em Portugal propõe que os consumidores questionem produtos e desafiem companhias a atuar de forma ética.

O "Dia Sem Compras" não propõe o regresso à idade da pedra nem que todos os dias sejam dias sem consumo.

O Idec apóia a causa e acredita que a data pode servir de exemplo para uma mudança dos padrões de consumo e para a formação de cidadãos conscientes, participativos e críticos. Um consumo focado nas verdadeiras necessidades e tendo em conta os aspectos sociais e ambientais inerentes à preservação do planeta e ao tratamento igual que todos os seres humanos merecem.

Para tanto, estabelece como tarefas urgentes:
- consumir menos;
- informar-se sobre a origem dos produtos - como e por quem foram produzidos;
- fazer a separação dos materiais recicláveis e levá-los para os postos de coleta seletiva;
- pressionar as grandes empresas a co-responsabilizarem-se pelos impactos provocados.

Você, consumidor, faça a diferença! Divulgue o "Dia Sem Compras" entre amigos e familiares.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

138-Benchmarking- Pesquisa de Opinião na FBX

PESQUISA DE OPINIÃO

IMPORTANTE – Leia aqui informações sobre a pesquisa

Para responder a pesquisa clique em www.chessevents.com.br


CAROS COMPANHEIROS

Como parte dos esforços para reestruturação da FBX, a Comissão Provisória de Reestruturação da FBX juntamente com a Chess Events, esta desenvolvendo esta Pesquisa de Opinião, visando obter informações e subsídios para elaborar o plano de trabalho da futura Diretoria.
Sua participação é muito importante para o sucesso da pesquisa e não lhe tomará mais que 08 (oito) minutos para concluí-la.
Participe e ajude positivamente no levantamento e solução dos problemas.
Você que é Enxadrista, participe ativamente incentivando outros Enxadristas a responder a pesquisa.
Você que é Presidente de Clube, ou Dirigente de Entidade ou Associação ou ainda Departamento de Xadrez de um Clube ou Escola, responda a sua pesquisa de DIRIGENTE, raciocinando nas respostas em função do CLUBE. Suas impressões pessoais devem ser reservadas para a Pesquisa de ENXADRISTA, a qual o Senhor deverá responder igualmente
Você que é Professor, após responder a sua pesquisa, incentive seus alunos e companheiros a responder a pesquisa, também.
Quanto maior for o número de Enxadristas que respondam a pesquisa, maior será a veracidade das respostas e consequentemente a validade da pesquisa.
Queremos ouvir a todos, e se Você nunca teve vós nem vez, chegou a sua hora!!
Caso tenha sugestões ou críticas, prepare seu texto (com calma) em Word e remeta anexo a um Email para o endereço ( atendimento@chessevents.com.br ) e suas observações serão acrescentadas no relatório final da pesquisa, juntamente com todas as outras.
Se Você não dispõe de Computador, poderá enviar suas sugestões via Correio para o Endereço a seguir:

Para o Senhor
Wilter Pereira Vieira
Rua Silveira Martins, 603 - Bloco C, Ap 201, Bairro Cabula
CEP 41.150-180 Salvador BA

Muito obrigado por sua participação.


Wilter Pereira Vieira
Diretor Administrativo da Chess Events


Paixão Barbosa
Presidente da Comissão Provisória de Reestruturação da FBX

137- Benchmarking-Taxa Anual Federativa

Reproduzo abaixo parte do Informe nº04/08 da Federação Baiana de Xadrez, entidade que vem crescendo muito ultimamente. Antes de emitir propostas, é bom pesquisar e comparar com outras entidades o que está sendo feito em relação ao conteúdo proposto.
O Informe da Federação Baiana é sobre taxas federativas.Meu interesse propositivo é sobre taxa anual federativa a ser cobrada dos jogadores. Notem que a Federação Baiana fez uma Pesquisa de Opinião balizadora dos valores cobrados.
Creio que a mesma medida deveria ser estudada e debatida para aplicação no xadrez do Estado do RJ (abolindo a anuidade de clubes onde o valor agregado está mais na coerção e impedimento aos clubes do que à importância financeira dos recursos arrecadados). Resultaria num incremento considerável de receita. Mas para isto a entidade oficial deveria atender a dois pressupostos: a)impecável organização administrativa; b)transparência contábil-financeira (até para não ser violado o princípio contábil da Entidade ).
Recurso que sai do bolso do próprio jogador é mais cobrado. E maior cobrança implica em gestões administrativas e financeiras mais organizadas.

INFORME Nº 4 DA DIRETORIA DA FBX: - TAXAS FEDERATIVAS

Em Reunião da Diretoria da FBX realizada no dia 23 de outubro de 2008, foram decididas as pendências quanto a implantação das diversas taxas operacionais a serem cobradas a partir de 01 de janeiro de 2009 no âmbito da Federação Baiana de Xadrez as quais ficaram como segue:

- Taxa Anual Federativa – R$ 30,00 para Adultos de ambos os sexos;
- R$ 15,00 para Menores de 18 anos de ambos os sexos;
- Menores de 14 anos isentos.
- Taxa de Registro de Torneio – R$ 20,00 até R$ 80,00. Veja explicação abaixo do quadro.
- Taxa de cálculo de rating FBX – R$ 1,00 por enxadrista inscrito.
A Informação das Taxas de Registro e de Cálculo de Rating não devem constar do programa nem do folder do torneio (Informar apenas o valor da inscrição que já deverá conter todas as despesas de operacionalização do torneio.)
A Taxa Anual Federativa, deverá ser cobrada toda vez que o enxadrista participar de seu primeiro torneio no ano, e recolhida à FBX juntamente com a diferença da taxa de Registro do Torneio.

Esta cobrança está sendo implantada com o fito de prover a FBX de recursos próprios e está respaldada no sentimento de enxadristas baianos de várias cidades que responderam a Pesquisa de Opinião, que permaneceu à disposição no Site da FBX e da Chess Events por 06 meses. Apesar de não ter havido uma adesão maciça por parte dos supostos mais de 3000 enxadristas baianos, a resposta da pesquisa representou o pensamento da maioria, e sua tabulação indicou como valores médios, respectivamente para Adultos e Menores de 18 anos, R$ 30,00 e R$ 15,00.
Corroborou ainda, esta decisão, o quadro atual das Federações Co-irmãs que só conseguiram se organizar e crescer a partir do momento que instituíram procedimento semelhante, como as Federações de Pernambuco, Sergipe, Paranaense, Gaúcha sem falar das que já utilizavam a prática a mais tempo e que, logicamente não só por isto, estão mais avançadas, mas as quais, com certeza, este procedimento ajudou em muito para que chegassem ao patamar em que se encontram.

Estados como Amazonas e Espírito Santo reportaram não cobrar nada dos federados, porém informaram possuir Leis Municipais e Estaduais que cobrem as despesas da Federação e de Realização de Eventos.
As Federações dos outros Estados não responderam o Email em que solicitamos informações sobre taxas.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

136- Novíssimo texto de A.P. Santos




Os feudos dos privilégios e o xadrez

Alfredo Pereira dos Santos

Durante muito tempo criticou-se no Brasil a chamada reserva de mercado da informática. Os seus defensores alegavam que era para proteger a indústria brasileira. Os que a criticavam diziam que ela dificultava o acesso a produtos estrangeiros, melhores e mais baratos.

A questão, que hoje parece encerrada, era polêmica e nunca cheguei a formar um juízo definitivo sobre ela.

Mas as reservas de mercado continuam existindo e, em alguns casos, me parecem coisa legítima, mas, em outros, nem tanto. Acho natural que medicina e engenharia sejam exercidas por pessoas habilitadas para o exercício da profissão. O que pressupõe a existência de um diploma. Mas há que se ter uma medida para as coisas e, em alguns casos, algumas circunstâncias especiais falam mais alto.

Por exemplo, o Zanine Caldas fez belos e funcionais projetos de casas e, no entanto, nunca teve diploma de arquiteto. Deveriam tê-lo impedido de fazer as casas que fez? O Carlos Lacerda, que foi deputado e governador do antigo Estado da Guanabara, exerceu a profissão de jornalista e, no entanto, não tinha nenhum diploma de curso superior. O Paulo Francis, que escreveu em diversos jornais e revistas, fez crítica teatral, escreveu livros, também não tinha diploma. Deveriam os dois serem preteridos, nas redações dos jornais onde trabalharam, por alguém que tivesse diploma, mas nem de longe tivesse a inteligência, a cultura e o domínio do idioma que eles tinham?

Dogma é coisa perigosa. Foi pelos seus dogmas que a Igreja mandou Giordano Bruno para a fogueira e pelo mesmo caminho iria o Galileu se, a tempo, não tivesse se retratado. Mesmo estando Galileu certo e o Cardeal Belarmino e os dominicanos errados.

O Brasil está cheio de professores não diplomados. E isso porque não os há em muitos lugares. Então, lança-se mão do que há disponível, o que é melhor do que nada. E não há nessa situação nenhuma originalidade. O pedagogo e educador Lauro de Oliveira Lima, num dos seus livros, nos relata que na Inglaterra, na época da guerra, houve falta de professores e que, para suprir a deficiência, pessoas da comunidade foram convocadas para ensinar às crianças. Naturalmente que pessoas alfabetizadas, em condições e disponibilidade para ensinar, como se encontram em muitos lugares. No campo da saúde foi feito coisa parecida na China, durante alguns anos da revolução, com os chamados “Médicos dos pés descalços”. Eram pessoas sem diploma de medicina mas que orientavam as comunidades quanto a certas medidas que deveriam ser tomadas para prevenir as doenças.

Essas reflexões me ocorrem agora, depois da recente lei que prega o ensino do xadrez nas escolas, quando começo a ouvir falar de pessoas que acham que os professores da disciplina deverão ser formados em educação física. Bom, achar qualquer um pode. Mas quem achou, achou mal, pois há muito tempo eu não ouvia tão rematada tolice.

Ora, meus amigos, se o xadrez de fato for introduzido em todas as escolas, já será difícil achar, em quantidade suficiente, quem o ensine, quanto mais se houver a exigência adicional de ter diploma de educação física. Pode ser que queiram introduzir o xadrez no currículo dos cursos de educação física para então habilitá-los a ensinar o xadrez, assim como existem os habilitados para ensinar natação e basquete. Mas, por enquanto, ao que eu saiba, nada disso existe. O que vão fazer, então? Ficar esperando que apareçam os que tenham a habilitação que eles acham necessária?

Antigamente, quando a educação era privilégio de uns poucos, certas questões, relativas à pedagogia e à didática eram ignoradas. Os nobres e as famílias ricas contratavam sumidades para ensinar as coisas aos seus filhos. O Euclides foi ser professor do rei de Siracusa e o Descartes da rainha da Rússia. Os avós do Bertrand Russell contrataram uma espécie de governanta alemã para que ele, criança, tivesse contato com o idioma alemão, que ele aprendeu rapidamente, já o tendo dominado aos cinco anos. O pai do Wittgenstein, um dos homens mais ricos da Europa, levou um dos filhos para tomar aulas de música com o famoso compositor e pianista, Felix Mendelssohn, dizendo-lhe o seguinte: “não precisa lhe ensinar nada, deixe apenas ele respirar o mesmo ar que você respira”. Então, meus amigos, é aquela velha história do “junta-te aos bons que serás um deles”, que a sabedoria popular já revelou. Um amigo meu, que estudou nos Estados Unidos e jogava basquete me contou que só o fato de estar perto das grandes equipes, de estar perto dos grandes jogadores, de ouvir as conversas deles, enfim, “respirar o mesmo ar que eles”, já lhe foi de enorme valia e que aquele convívio ajudou-o a melhorar o próprio jogo.

Com o ensino universal, abrangendo todas as classes sociais, não se poderia ter sumidades em quantidade suficiente para atender a todos. Então foi preciso que se criassem as séries, os programas e os curricula. Então cada professor, em cada série, ensina aquilo que lhe cabe ensinar. O Aluno aprende e passa para o nível seguinte, com outros professores, outras disciplinas, outros currícula.

Com o xadrez há de ser feita a mesma coisa. Um conteúdo básico das coisas a serem ensinadas e a maneira adequada de se fazer isso. O xadrez na escola não constitui um fim em si mesmo. Ele entra como coadjuvante no processo educativo. E não há que se inventar a roda, pois muito já se escreveu e disse sobre isso.

E também não é nenhum “bicho de sete cabeças” a exigir o concurso de graduados e pós-graduados. Asseguro-lhes que a imensa dos jogadores brasileiros, bons ou maus jogadores, aprenderam o jogo com familiares que não tinham diploma de educação física e de pedagogia. Muitos aprenderam em clubes, com professores contratados para essa finalidade, da qual se desincumbiram muito bem sem que, para isso, jamais tivessem passado sequer à porta de um curso de educação física.

O ex-campeão mundial Botvinnik, professor de Karpov e Kasparov, tinha diploma de engenheiro e não de educação física.

Ficar então insistindo nessa tese é dogma, tão ridículo quanto inaceitável. Coisa de Cardeal Belarmino.

E quanto às especificidades do chamado “xadrez escolar”, se é que tal coisa existe, pois me parece também que com isso estão querendo criar uma reserva de mercado, estabelecendo uma espécie de feudo onde alguns vão se achar no direito de pontificar, excluindo outros que podem e querem colaborar, também não é nada que não possa ser aprendido e entendido pelas professoras das escolas que saibam jogar xadrez ou por qualquer enxadrista que tenha a boa vontade, a disponibilidade e o desejo de querer contribuir. Sem prejuízo dos formados em educação física. Não se os quer discriminar, mas não há porque lhes conceder privilégios ou exclusividade.

Um amigo meu, infelizmente já falecido, era um forte jogador de xadrez e formado em educação física. Eu via nele qualidades para ser um bom professor de xadrez, não tanto pelo diploma que ele tinha mas pela sua capacidade e compreensão do jogo. Tirando esse amigo, que nem mais entre nós está, não tenho conhecimento de uma quantidade significativa de formados em educação física, pelo menos no Rio de Janeiro, que possa fazer alarde de extraordinários resultados como professores ou organizadores de xadrez. Nesse caso, criar uma reserva de mercado para eles seria um privilégio que o atual estado do xadrez brasileiro não pode admitir. Mais do que isso, seria um entrave desnecessário e, por isso mesmo, inadmissível, para o nosso xadrez.

Estou certo de que grande parte dos enxadristas brasileiros, tendo ou não diploma de qualquer tipo, está preparado e, mais do que isso, motivado, para ensinar (ou aprender como ensinar) o jogo de xadrez nas escolas, nos clubes ou na Conchinchina. Não vamos discrimina-los nem criar-lhes barreiras ou obstáculos. Muito pelo contrário, vamos convocá-los, pois estão fazendo falta.

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2008

135- Miniaturas Notáveis VII

V. e M. Plátov, 1908.
Brancas jogam e ganham.

O diagrama apresenta mais um clássico da miniatura. É o último dos três exemplos apresentados que enriqueceram a idéia de Barbier&Saavedra (vejam post nº 111): a promoção débil (sub-promoção).

Solução do clássico de Liburkin, 1931 (post nº 117):
1-Cc1! Txb5; 2-c7 Td5+; 3-Cd3! Txd3+; 4- Rc2 (idéia nova...!) Td4; 5-c8=T Ta4; 6-Rb3 ganha.
Em comparação com Barbier&Saavedra, Liburkhin acrescentou cavalo e peão na coluna b que se sacrificaram no transcurso das três primeiras jogadas. É justificado o acréscimo de material em termos de idéias? Vejamos, então, outra variante fina: 1-Cc1! Td5+; 2-Rc2 Tc5+ 3-Rd3! Txb5; 4-c7 Tb8!; 5-cxb8=B!!! e ganha.

Solução do clássico de Gurguenidze, 1976 (post nº 133):
1-Ce2! (1-Rc4? Td2!; 2-Rc3 Td5! 3-Rc4 (3-c8=D Tc5+; 4-Dxc5-primeiro afogado!) Td2; 4-Rc3=)
1-...Ra5; 2-Rc4! (2-c8=D? Tc3+!; 3-Cxc3-segundo afogado!) Td6!; 3-Cd4! (3-c8=D? Tc6+; 4-Dxc6-terceiro afogado!) 3-...Tc6+!; 4-Cxc6+ Rb6; 5-c8=T! (5-c8=D? quarto afogado!)

domingo, 23 de novembro de 2008

134- Retrospectiva Maiakowsky VI (Os Amigos)

Segunda-feira, 4 de Agosto de 2008

66- NÍVER DE CAPI!


Este blog não podia deixar passar em branco o níver, hoje, 04/08 do capivara mais simpático do Rio de Janeiro, Marcelo Santos!
Parabéns ao Marcelo!
Na imagem um flagra da preparação séria e metódica de Marcelo, Maiakowsky e Sadi Dumont para os torneios....

1 comentários:

Xadrez Opinião disse...

Parabéns Mshaderr.
De fato o diretor financeiro é bonna gente!
Pena é que não pinta mais o cabelo de acaju para hipnotizar os adversários.
Aquilo foi uma fase ronalducho de nosso grande amigo capi.



Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008

83- E meu melhor amigo faz 56 anos!



O xadrez me proporcionou muitas coisas boas. A melhor delas foi conhecer grandes pessoas, cultivar bons amigos. Meu melhor amigo faz aniversário amanhã, 13 de setembro, faz 56 anos. Parabéns ao Kelsen!!
Kelsen foi a pessoa que mais se aproximou de mim e me ajudou, em 1981, quando pisei pela primeira vez numa sala de xadrez, o antigo depto. de xadrez do Satélite Clube (hoje AABB-Tijuca). Desde então foram inumeráveis os torneios que participamos juntos, vários interclubes pela AABB e Tijuca Tênis Clube. Muitas terças, quintas, sábados e domingos de muito xadrez! Estivemos sempre, lado a lado, em vários momentos importantes, como a eleição para a Fexerj que ele disputou e, infelizmente para o amado xadrez do Rio de Janeiro, perdeu.
Kelsen me deu a honra de sermos cumpadres! sou padrinho de sua única filha, hoje uma belíssima mulher de 21 anos, Camilla.
Só tenho a agradecer a CAISSA (Deusa do Xadrez) de ter colocado na minha vida esses maravilhosos "malungos", companheiros. E Kelsen Rosas Sodré Azevedo é o maior deles!
Na foto (tirada de meu celular) este blogueiro e Kelsen, num choppinho, hoje, no Petisco da Vila!

PARABÉNS, COMPANHEIRO! E OBRIGADO POR TODA A FORÇA QUE ME DEU!!

3 comentários:

Kelsen Azevedo disse...

Grande José Eduardo Maia, foi muito prazeroso estar com você ontem. Cheguei em casa tranquilo e cheio de cerveja!

Eu nem me lembrava mais de ser tão atuante assim no xadrez, foi uma época boa e tivemos momentos muito legais.

A AABB-Tijuca foi um lugar especial, onde o encontro com o xadrez era muito prazeroso, tínhamos muito amigos e o tempo parecia que passava devagar.

Abraços, Kelsen

Camilla Savoia disse...

Fala, Zé!

Gostei bastante das suas palavras. Confessamos, eu e minha mãe, que ficamos emocionadas com o que você escreveu. E olha que não sou disso, hein! Mas fico feliz do meu pai ter você como um amigo verdadeiro e fico feliz de ser meu padrinho.

Só pra não perder a piada a melhor parte foi disparada: "hoje uma belíssima mulher de 21 anos, Camilla" hahaha, só errou na idade, já tô velhoca, com 22..rs

Beijo grande,
Camilla

Amorim disse...

Mainha!

Deixa eu aproveitar esse espaço, que já se tornou vital pro xadrez do Rio, pra mandar um abração pro Kelsen!!!
Felicidades companheiro e muitas, muitas alegrias.... pena que não me convidaram pra cervejada...rs

Abraços para os amigos Kelsen e Maia!

AMORIM


Domingo, 26 de Outubro de 2008

108- Representante do amado xadrez!



O amigo mf Alberto Mascarenhas estará representando o amado xadrez do Estado do RJ na semifinal do Campeonato Brasileiro, que será jogado de 30/10 a 02/11 na cidade de Dois Irmãos, Rio Grande do Sul.
Desejo boas partidas ao amigo e jogador da gloriosa ALEX (Associação Leopoldinense de Xadrez), clube que dia a dia vem crescendo de forma sustentada e firme, graças ao excelente trabalho de seus dirigentes e dedicação dos seus sócios.

3 comentários:

Xadrez Opinião disse...

Legal saber que teremos um representante do Estado na semi do brasileiro de xadrez!!

Isso depois de longo invernoooo!

Boa sorte, MF Mascarenhas!

Blanco

Celso Renato disse...

É muito bom vermos o Rio de Janeiro sendo representado, seja em qualquer competição enxadristica, isso se faz necessário, ainda mais nesta oportunidade pelo MF Mascarenhas.
Que ele consiga um bom desempenho!

Anônimo disse...

Pelo menos 1 jogador do Estado na semi do Brasileiro, ainda mas sendo Alexano!
Boa sorte Mestre!!!!
Kleber Victor

133- Miniaturas Notáveis VI

D. Gurguenidze, 1976.
Brancas jogam e ganham.

132- Retrospectiva Maiakowsky V (os textos do amigo Alfredo Santos-1º texto)


Terça-feira, 15 de Abril de 2008

8-VIVA A. P. SANTOS!

Hoje resolvi homenagear Alfredo Pereira dos Santos ou o AP Santos, figura com uma indubitável história voltada para o xadrez carioca. Conheci Alfredo na UERJ, no 6° andar da Matemática e Estatística, lá pela decada de 80. É um intelectual de jeito simples, típico carioca, que formou gerações de praticantes da nobre arte, alguns grandes campeões, como Eduardo Limp e Sadi Dumont.
A melhor forma de apresentar Alfredo é por meio de seus textos. A seguir reproduzo (com autorização)uma entrevista que ele fez com Carlos Lyra. Esse texto também está no sítio da Fexerj mas acho que ele está muito "oculto" lá e coisas boas e de qualidade devem ser ofertadas de modo mais fácil e explícito. Espero divulgar mais neste blog outras reflexões do mestre Alfredo.
Vamos lá!

CARLOS LYRA E O XADREZ


Alfredo Pereira dos Santos

No Brasil a ligação de artistas famosos com o jogo de xadrez, quando existe, não é muito visível, ao contrário do que ocorre em outros países, donde nos chegam fotos de famosos praticando o jogo, como John Wayne, Marlon Brando, Woody Allen, Maddona, Charles Chaplin, Arnold Schwazenneger, Milos Forman, Sting, Bonno, e muitos outros.
Já ouvi falar que os atores Antonio Fagundes, Paulo José e Hugo Carvana jogam, mas não tenho evidências disso. No meio musical o único que eu conheci foi o maestro Lindolfo Gaya, já falecido, que participava dos torneios da federação de xadrez. Fora esse, não me lembro de ninguém.
Recentemente, contudo, eu soube que o Carlos Lyra joga (ou jogava) xadrez.
O Lyra, para quem não sabe, é um dos mais importantes compositores brasileiros e tem o seu nome indissoluvelmente ligado à Bossa Nova embora, ao longo da vida, tenha trilhado outros caminhos musicais.
Carlos Lyra nasceu em 1937. Em 1958, ano considerado como o do lançamento oficial da Bossa Nova, eu tinha 15 anos e ele já era maior de idade, com 21. Seis anos fazem uma diferença enorme quando se é jovem. Na perspectiva do tempo essa diferença se atenua e posso dizer que fomos contemporâneos de um tempo que, em muita gente, deixou saudades, porque foi um momento de esperanças, de auto-estima do povo brasileiro e com grande movimento cultural. Tempo das "sete vacas gordas da cultura brasileira", como diz Lyra. Eu morava no Posto 4, em Copacabana, num prédio ao lado da Galeria Menescal, onde morava o Roberto Menescal, parceiro do Lyra, e o seu irmão, Ricardo. Eu só os conhecia de vista, pois a minha turma era de adolescentes e a deles de gente grande.
Lyra e Menescal resolveram montar uma academia de violão, instrumento que passou a fazer sucesso entre os jovens cariocas da zona sul, e para isso usaram o apartamento de um amigo, José Paulo, que gostava muito de jogar xadrez e mantinha na sua gaveta tabuleiro e peças, que usava sempre que surgisse uma oportunidade.
Conheci o José Paulo em meados da década de 60 e jogamos muitas partidas, numa academia que foi instalada na rua Maestro Francisco Braga. O Reyson Gracie era um que participava desses encontros. Mas nunca tive contato cm o Lyra e nunca tive, até pouco tempo, conhecimento de que ele sabia jogar xadrez.
E foi para saber mais sobre essa ligação do Lyra com o jogo que eu entrei em contato com ele que, gentilmente, concordou em me dar um depoimento e responder algumas perguntas, por e-mail.
APS - Quando você foi apresentado ao xadrez? E por quem? Alguém da sua família jogava?
Lyra - FUI APRESENTADO AO XADREZ POR UM TIO QUE TAMBÉM ME ENSINOU A JOGAR DAMAS. TINHA 11 OU 12 ANOS. CADA VEZ QUE EU GANHAVA, ELE ME PRESENTEAVA COM UMA BARRA DE CHOCOLATE DA VAQUINHA.
APS - No seu tempo de garoto não se encontrava livro de xadrez com facilidade no Rio de Janeiro. Como você ficou conhecendo os grandes jogadores, como Lasker e Capablanca? Você reproduzia as partidas deles?
Lyra - EU TOMEI CONHECIMENTO DESTES MESTRES, NOS ANOS 50, ATRAVÉS DE LIVROS IMPORTADOS DA ARGENTINA E DOS ESTADOS UNIDOS. HAVIA UMA MISTURA DE MÚSICA COM XADREZ. UM VIOLONISTA CLÁSSICO CHAMADO AFRÂNIO, JOGAVA MUITO COMIGO. MAIS TARDE, MEU ARRANJADOR, HUGO BELLARDI, TAMBÉM FOI MEU PARCEIRO DE XADREZ. QUANDO TOQUEI COM STAN GETZ, O PIANISTA DELE, NADA MENOS QUE CHICK COREA, ERA MEU PARCEIRO DURANTE AS TURNÊS ARTÍSTICAS.
APS - Dizem que só existem crianças-prodígio em xadrez, música e matemática, uma vez que estas são atividades nas quais o que contam são a inteligência e o talento e não a experiência vivida. Pelo que você relata, na sua página, a música entrou cedo na sua vida e teve uma influência preponderante. Nesse contexto, que importância teve o xadrez para você? Você acha que ele o ajudou, de alguma forma?
Lyra - É POSSÍVEL, PELO ESFORÇO DE RACIOCÍNIO E A CONCENTRAÇÃO. SE EU TIVE ALGUM TALENTO PARA A MÚSICA, MEU TALENTO EM XADREZ ERA MÉDIO E EM MATEMÁTICA, NENHUM
APS - Vínculos com a música e o xadrez você tem, embora em proporções distintas. E com a matemática, qual era a sua relação com ela? Quando garoto, o que você imaginava ser, quando adulto?
Lyra - MINHA PRIMEIRA VOCAÇÃO FOI DE SER MOTORNEIRO DE BONDE. DEPOIS, PENSEI EM IR PARA A MARINHA COMO MEU PAI. MAIS TARDE, PENSEI SERIAMENTE EM ARQUITETURA, CHEGANDO A FAZER CURSOS PREPARATÓRIOS. TUDO ABANDONADO EM FAVOR DA MÚSICA.
APS - Os seus colegas de colégio jogavam xadrez? Quem eram os seus parceiros habituais?
Lyra - NO COLÉGIO NÃO TIVE NENHUM COLEGA INTERESSADO EM XADREZ. MUITOS EM MÚSICA.
APS - Em que fase da vida você mais praticou o jogo? Qual é a sua relação com ele, hoje? Você acompanha o que se passa no mundo do xadrez?
ANTIGAMENTE, ATÉ SOZINHO, EXPERIMENTAVA O FASCÍNIO DAS DIVERSAS ABERTURAS CLÁSSICAS., SENDO A MINHA PREDILETA, A RUY LOPEZ. HOJE, PRATICAMENTE NENHUMA, EXCETO A SAUDADE. A ÚLTIMA NOTÍCIA QUE PERCEBI FOI A MORTE DE BOB FISCHER.
APS - Não é incomum que músicos gostem de xadrez. Prokofiev era um deles. Aqui no Brasil tivemos o caso do maestro Lindolfo Gaya a quem, aliás, eu enfrentei numa partida de campeonato. Quando ele morreu eu fiquei triste e frustrado ao mesmo tempo. Triste pela perda e frustrado porque ele se foi antes de me dar a revanche, já que me venceu na única partida que jogamos. Mas antes que eu enverede pelo caminho das reminiscências, faço logo a pergunta: nos ambientes artísticos que freqüentou o tema xadrez costumava aparecer. Você conheceu muitos artistas-enxadristas?
Lyra - JÁ RESPONDI ANTERIORMENTE PARTE DISSO MAS O GAYA FOI BEM LEMBRADO PORQUE ERA MEU AMIGO E EU COSTUMAVA IR A CASA DELE QUANDO JOGÁVAMOS ALGUMAS PARTIDAS, DAS QUAIS EU NÃO VENCI UMA SEQUER.
APS – Na sua página na Internet fiquei sabendo que do seu avô paterno você herdou o gosto pela literatura. O que você lia, quando garoto?
Lyra - MEU AVÔ ERA POETA LAUREADO PELA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS E TAMBÉM PARCEIRO DE GASTÃO FORMENTES. O PRIMEIRO LIVRO QUE LI FOI SPARKENBROKE, DE CHARLES MORGAN. DEPOIS VIERAM TODOS OS OUTROS E MAIS ILUSTRES: STHENDAL, FLAUBERT, ANATOLE FRANCE, BALZAC, PROUST, CELINE, JOYCE E OUTROS TANTOS E COM CERTEZA MACHADO DE ASSIS E GRACIALIANO RAMOS.
APS - Você disse, em depoimento, que "...o cinema brasileiro acabou, como acabou a música brasileira, depois dos 60". Então eu vou fazer uma pergunta que parece nada ter a ver com o xadrez mas tem, indiretamente, porque está ligada ao Marcel Duchamp, que não era músico mas artista plástico e gostava muito do jogo. Você conheceu o Otavio Paz, que escreveu sobre o Duchamp. Aqui no Brasil o Affonso Romano escreveu que "o Duchamp deu um xeque-mate na arte e, desde então, ela ficou paralisada". Eu fiquei achando que o Affonso tinha usado a expressão "xeque-mate na arte" apenas pela circunstância do Duchamp jogar xadrez, e que se ele jogasse tênis teria dado "uma raquetada na arte", ou algo que o valha. Eu queria saber se a arte ficou paralisada como um todo ou se a paralisação afetou apenas algumas das suas manifestações. O Affonso sugere que fiquemos aguardando um livro que ele está escrevendo, onde vai esclarecer tudo. O Duchamp morreu em 1968 e eu fico me perguntando se a arte de Alfredo Volpi ficou paralisada, se a sua, a do Tom, a do Chico, a do Niemeyer, a do Theo de Barros e a de um monte de gente ficou paralisada. Poderia o Duchamp ter causado esse estrago todo?
Lyra - NÃO ACHO. DUCHAMP JÁ É UM SINTOMA DA DECADÊNCIA DA ARTE E DA CULTURA EM GERAL. SE DUCHAMP FOSSE BOXER, VOCÊ IMAGINA O QUE NÃO SERIA, NA LINGUAGEM DO BOX, AQUELE URINOL FAMOSO. A DITADURA MILITAR DEU UM XEQUE-MATE NA CULTURA BRASILEIRA, INDEPENDENTEMENTE DA DECADÊNCIA VERIFICADA NA CULTURA UNIVERSAL.
APS – A minha opinião não vem ao caso, já que quem está dando o depoimento é você. Mas emito-a para justificar a minha pergunta. Acho que a aceitação generalizada de coisas como funk, hip hop, sertanojo (não é erro de digitação, é sertanojo mesmo e não sertanejo) não depõe a favor da inteligência musical (e talvez geral) de quem quer que seja. E não aceito o argumento, como ouvi num programa de rádio, de que algumas dessas músicas encerram mensagens de conteúdo social , de denúncia das nossas mazelas, pois eu apelo logo para o Mário Quintana: "Uma boa causa não salva um mau poeta".
Lyra - SOB SUAS ÚLTIMAS OBSERVAÇÕES, ACHO QUE VOCÊ FOI MUITO COERENTE E EU CONCORDO EM GÊNERO, NÚMERO E GRAU. A TÍTULO DE SUAVIZAR COM UM POUCO DE HUMOR, RONALDO BÔSCOLI, MEU PARCEIRO, DIZIA, MALICIOSAMENTE, QUE A ESPINGARDA DE DOIS CANOS FOI INVENTADA PARA MATAR DUPLAS SERTANEJAS.
E com esse toque de humor do Carlos Lyra encerra-se o depoimento. Vocês observaram as influências literárias que ele teve? Isso mostra que a sua qualidade como compositor não é coisa que surgiu do nada. Ela resultou da combinação da cultura geral com a técnica adquirida em anos de prática. Essa é a receita: noventa por cento de transpiração e dez por cento de inspiração.
Creio que essa receita vale para quem queira ser músico, enxadrista, ou qualquer outra coisa.

Para saber mais, acesse a página do Carlos Lyra na Internet:

http://www.carloslyra.com/

Sobre a Bossa Nova, leia o livro do Ruy Castro:
Chega de Saudade – A história e as histórias da Bossa Nova (Companhia das Letras, 1990)

Maiakowsky

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

131- Retrospectiva Maiakowsky IV (As entrevistas-continuação)

Quinta-feira, 11 de Setembro de 2008

ENTREVISTA COM O GM GIOVANNI VESCOVI!!



ENTREVISTEI O GM GIOVANNI VESCOVI, CANDIDATO A PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE XADREZ. ESPERO, ASSIM, ESTAR CONTRIBUINDO PARA QUE GIOVANNI POSSA EXPÔR E DETALHAR MAIS SUAS IDÉIAS COMO GESTOR.
ANSEIO QUE MEUS LEITORES APRECIEM A ENTREVISTA!


1-Quais os motivos o levaram a se candidatar à Presidência da CBX?

O primeiro e principal motivo é que eu gosto do jogo de xadrez. Dediquei boa parte de minha vida a este nobre jogo e felizmente fui bastante agraciado por Caissa, com a obtenção de grandes conquistas. Por tudo o que o xadrez me ofereceu, acho que também devo fazer o que estiver ao meu alcance em retribuição. E no momento, tenho certeza que tenho muito a contribuir como Presidente da CBX.

Outro motivo de aspecto emocional é o fato de eu sempre acreditar que o xadrez merece um espaço maior em nosso país, com maior número de praticantes, melhores torneios, divulgação na mídia, condições idéias de treinamento para novos talentos – o que de fato só existiu na ex-União Soviética e bloco de países comunistas, e mais recentemente em países como China, Índia, Turquia – e uma equipe de ponta competitiva. Como todo brasileiro, gostaria de ver o Brasil no topo do quadro de medalhas das recentes Olimpíadas de Pequim; no xadrez a mesma coisa.

É uma característica particular minha o gosto por desafios. Antes de pensar em me candidatar, fiquei pensando o que eu poderia fazer para melhorar o xadrez brasileiro. Depois de desenvolver algumas idéias, decidi que devia lançar minha candidatura. Nossas propostas são bastante ousadas e ambiciosas, e tornar esses projetos uma realidade é, sem dúvida, um grande desafio. Além de toda a motivação, tenho a certeza de que reúno todas as condições para um excelente trabalho à frente da CBX, junto com todos os colaboradores do xadrez brasileiro.
Por fim, há ainda um outro fator: tenho receio de que a CBX volte ao caos administrativo da gestão 2000-2004. Não convém neste espaço lembrar os problemas causados por aquela Administração, bastando lembrar que chegamos a um ponto em que eu e outros jogadores de destaque escrevemos um manifesto (uma carta aberta) e nos recusamos a participar da Olimpíada de Calviá.
Felizmente, aquele movimento resultou numa nova administração, liderada pelo atual Presidente, que fez excelente trabalho focado em colocar a casa em ordem. Seria extremamente negativo para o xadrez brasileiro voltar ao citado caos administrativo.



2-Como você definiria a missão institucional da CBX ?

A missão institucional da CBX é promover o desenvolvimento do xadrez, sob todas as suas formas, em todo o território nacional.

A nossa visão é transformar a CBX na entidade nacional dirigente do xadrez mais atuante no continente americano, criando as condições para a prática saudável do xadrez em todo o território nacional e para o surgimento e desenvolvimento de novos talentos.


3-Quais serão os objetivos e as metas da CBX se você for eleito?

Os principais objetivos são: fortalecer as federações estaduais, aumentar o número de cadastrados, melhorar o nível técnico das categorias de base e de rendimento, incluir o Brasil no cenário do xadrez mundial com a realização de grandes eventos.

Estabelecer metas é sempre uma tarefa difícil. Com relação às federações, a meta é que todas as federações estejam bem estruturadas e consigam organizar seus eventos, prestar as devidas contas às autoridades, e tenham bom relacionamento com o Poder Público, de modo a conseguirem ter sua autonomia e cumprir com seus objetivos.

Com relação ao número de cadastrados, hoje temos cerca de 4 mil cadastrados ativos na CBX. Acho que podemos chegar a 10 mil ou mais. Queremos alcançar aqueles aficionados que acompanhavam o xadrez pelo jornal e que acabaram se distanciando um pouco do jogo. Com relação ao nível técnico, boa parte do progresso nesse ponto depende do jogador, mas com as condições ideais creio que podemos ter medalhistas em Panamericanos de todas as categorias. Com relação aos eventos, a meta é ter um circuito de abertos internacional e um fechado de Rm superior a 2600, com vistas a chegar a 2700. Além disso, impulsionar as federações a organizar torneios de norma de MI e GM, e fortalecer o calendário nacional com torneios por equipes e uma semi-final do brasileiro mais atraente.


4-A prática do xadrez se intensificou com a internet. Como você visualiza o futuro da entidade com as mudanças tecnológicas. Como administrar a continuidade e a mudança simultâneamente?

Acredito que este avanço tecnológico só beneficiou o xadrez. Fica muito mais fácil divulgar o esporte e com alguma sorte essa pressão pode fazer com que outros meios de comunicação voltem a abrir o espaço que já foi nosso. Temos que apenas nos organizar e apresentar números confiáveis.
Além disso, a internet é uma ferramenta que impulsiona o empreendedorismo, e nessa área não compete à CBX se manifestar, já que ainda não é preciso regular esse espaço.


5-Você já tem composta uma equipe de trabalho?

Sim e não. As definições em relação a cargos não foram feitas. Tenho falado com muita gente competente e terei muita gente contribuindo com a Administração. A gestão atual focou na reestruturação da entidade, portanto natural que não se desse nenhum passo maior que a perna, razão pela qual uma estrutura enxuta é a mais adequada. Acho que temos agora a estrutura ideal para levantarmos vôo, e para isso teremos que ser mais dinâmicos e ter muita gente trabalhando. Como teremos atividades em todo o território nacional, todas as Regiões do país estarão representadas na Administração da CBX.


6- Você, se for eleito, vai herdar um bom ativo circulante, devido ao ótimo trabalho de recuperação financeira da atual gestão da CBX. Qual a sua opinião sobre a necessidade de publicação periódica, no site da entidade, de relatórios contábeis e detalhamentos de receitas e despesas?

A CBX é uma entidade sem fins lucrativos, o que não significa dizer que deva ser menos profissional que uma empresa. Aprovo a publicação de balanços.

7-Uma grande questão do xadrez brasileiro é a sua popularização. O que podemos esperar da sua atuação na CBX para que o início da popularização do xadrez no Brasil deixe de ser uma ficção? Neste sentido, podemos contar com uma pressão da CBX junto ao Ministério dos Esportes? O que vai ser prioritário para você: apoio governamental e público ou recursos da iniciativa privada?

O xadrez já é um esporte bastante popular no Brasil. Ele apenas não é devidamente divulgado e apoiado. Há muitos praticantes e muitas pessoas que têm contato com o xadrez. Nesse ponto acredito que devemos apenas prestar atenção para que todos saibam as regras corretamente.
Com relação à captação de recursos, inicialmente o caminho mais natural é junto ao Poder Público, pois já há orçamento destinado aos esportes no Brasil. Tenho convicção de que conseguiremos persuadir as autoridades a reconhecer um espaço maior para o xadrez. Com relação à iniciativa privada, temos agora uma ferramenta, que é a Lei de Incentivo ao Esporte. Um projeto bem elaborado pode ser aprovado rapidamente e a captação dependerá da articulação do dirigente. O relacionamento pessoal facilita o contato com grandes empresas, e tenho certeza que as pessoas que estarão na nossa Administração podem ajudar.


8-Uma crítica que se ouve da atual gestão da CBX é que ela teve um foco muito acentuado nos GM´s e se esqueceu um pouco da base. Você tem algum posicionamento em relação a esta crítica?

Essa é uma percepção equivocada da realidade. Não houve favorecimento acentuado aos GMs. Vi muitos jogadores MI e outros sem título jogando em Cuba, Argentina, Uruguai etc. Não vi muitos GMs viajando com apoio da CBX. Lembro-me de eu ter jogado na China em 2006, o Rafael na Alemanha, o Mequinho na Romênia, mas até aí, nenhum excesso. Também em 2006 a equipe olímpica masculina teve um treinamento com o Dvoretsky.
A Semana GM é um evento voltado às federações e aos jogadores de base, e não ao GM. É a forma encontrada para motivar novos talentos e divulgar o trabalho das federações.
Por outro lado, a CBX procurou enviar um GM nos Panamericanos de 2007 e 2008. Os eventos do calendário continuam sendo organizados e o Brasil tem sido representado em torneios internacionais de menores. Concordo que há mais a ser feito pelas categorias de base, mas não creio que tenham sido tão esquecidas assim.
A verdade é que nunca foi feito um trabalho voltado às categorias de base. Organizar um panamericano ou mundial é importante, mas não é isso que ajuda nossos jogadores. Tenho a esperança de conseguir coordenar um trabalho de treinamento sem precedentes.

9-Na sua visão, como está o desenvolvimento do xadrez brasileiro em termos regionais? Tem acompanhado o desenvolvimento de federações do norte/nordeste ?

Acho que tem muita gente trabalhando em prol do xadrez no Brasil. Vejo muita atividade em estados do NE como Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A Bahia também tem um trabalho muito bem feito, e esse pude acompanhar pessoalmente algumas vezes. No entanto, minha percepção é de que em geral falta alguma coisa para se chegar ao sucesso. Falta uma “pitadinha” de algo que espero poder ajudar a encontrar.
A região mais isolada é naturalmente o Norte. As pessoas costumam apenas apontar os pontos fracos, mas é preciso ressaltar os pontos fortes. E com essa abordagem podemos reverter essa situação.
Mas de uma forma geral acho que há muito a progredir.


10-Um comentário que já ouvi é de que você não possui experiência administrativa. Como você refuta este comentário? Quais as razões que o levariam a afirmar que a sua candidatura é a melhor para o xadrez brasileiro?

Numa carreira as responsabilidades aumentam conforme a capacidade da pessoa. Aquele que mostra capacidade passa a ocupar cargos de comando. Quando um executivo chega à presidência de uma empresa pela primeira vez, ninguém fala para ele sobre sua inexperiência. Ou ele responde à altura, ou ele acaba sendo substituído. A CBX não é uma empresa, mas o raciocínio é o mesmo. Na Administração 2000-2004 tivemos um exemplo de uma gestão que apresentou resultados abaixo do esperado. Ter esse tipo de experiência administrativa seria pior que nenhuma experiência.
Muita gente tem experiência administrativa. Temos milhões de empresários no Brasil. Para ocupar um cargo importante a pessoa deve demonstrar capacidade técnica e experiência, que é baseada nos resultados que ela produziu.
Já vi eventos de xadrez em todos os lugares do mundo, já conversei e almocei com campeões mundiais, presidentes de federações nacionais e presidente da FIDE, ajudei na organização dos torneios mais fortes do continente americano – no Brasil e no exterior, já vi jovens talentos se perdendo e evoluindo no mundo todo, em mais de 20 anos. Essa vivência já pode ser considerada bastante importante para quem pretende ocupar o cargo de presidente da CBX.
Mas além disso, eu também tenho resultados. Quando eu traço objetivos, eu me esforço para alcançá-los. Eu queria jogar bem xadrez, e para isso me dediquei muito, passei várias férias escolares estudando finais, investi tempo e dinheiro. Certo dia, resolvi que queria aprender a falar russo. Fui autodidata e aprendi esse idioma. Quando o Kasparov me pediu para ajudá-lo a publicar seu livro em português, eu trabalhei dois meses sem parar, e traduzi um livro de 450 páginas do russo para o português. Com relação à minha formação acadêmica e profissional, desde a época da escola, e apesar das inúmeras faltas, sempre fui um dos melhores alunos e felizmente estou exercendo uma profissão que me agrada bastante. Sou advogado com foco na área internacional, societária e tributária, e pretendo me especializar em fusões e aquisições.
Acho que sou competente naquilo que me proponho a fazer e se eu não achasse que tenho condições de ser um bom presidente, eu nem me candidataria.


QUERO AGRADECER MUITO AO GM GIOVANNI VESCOVI POR TER CONCEDIDO A ENTREVISTA PARA ESTE BLOG.

1 comentários:

silvio henriques disse...

Fiquei com ótima impressão do candidato. Gostaria, inclusive, de poder votar nele. Bastante equilibrado, acima de tudo, e consciente da realidade do xadrez brasileiro. Parabéns Maia, pela entrevista.
Candidato Vescovi, sou Silvio Henriques, aquele que, em Tiradentes (MG), por ocasião do brasileiro sub8 e sub10 deste ano, recebeu um autógrafo seu na caixa do meu relógio de xadrez.
Um abraço do Silvio e sucesso!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

130- Brazuca em encontro da FIDE





Realizou-se no dia 17 de novembro de 2008 , o 17ª encontro da comissão de Xadrez Escolar da Federação Internacional de Xadrez em Dresden - Alemanha. Na oportunidade foram apresentados os cincos trabalhos mundiais com maior relevância e inovação no ano de 2008.

1) Conferência do Profº Charles Moura Netto - Xadrez Pedagógico nas unidades Prisionais- Brasil;
2) Conferência do Profº Leontxo Garcia - A relação da prática de xadrez e Mal de Alhzeimer - Espanha;
3) Conferência do Profº Omar Esau - A prática do xadrez e melhora da estima em soro positivo AIDS- África do sul;
4) Conferência do Profº Radislav Atanassov - Academia Nacional Espotiva - Bulgária;
5) Conferência do Profº Pablo Bázan - Novas Tecnológias no ensino do xadrez - Argentina.

O Professor Charles Moura Netto é Pós-Graduado em Treinamento Esportivo e desenvolve seu trabalho na cidade de Santa Maria de Jetibá (ES).

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

129- Retrospectiva Maiakowsky III (As entrevistas)

Terça-feira, 15 de Julho de 2008

ENTREVISTA COM O GM RAFAEL LEITÃO

O atual nº 3 do Brasil (rating FIDE de 2590), GM Rafael Dualibe Leitão, concedeu uma entrevista, por mail, para este blog. Espero que meus estimados leitores apreciem este bate-papo!

Maia: Como foi seu processo de estudo do jogo no início de sua carreira em São Luís do Maranhão e depois com o GM Gilberto Milos em São Paulo? Quais foram os conteúdos assimilados e os métodos utilizados de estudo e treinamento? Quais foram seus pontos fortes e fracos?
Leitão: Quando morava em São Luís treinava geralmente sozinho ou com meu pai, que apesar de não ser um enxadrista forte, sabia muito bem quais as prioridades no treinamento, além de me ajudar na leitura dos livros em inglês. A prioridade do meu treinamento nessa época - e que persistiu por muito tempo - era o cálculo de variantes. Inicialmente, até atingir certo nível, resolvia principalmente combinações de um livrinho chamado "Test Your Chess IQ" e outros exercícios semelhantes. Graças a esse esforço, obtive rapidamente uma visão tática muito boa, o que era certamente o meu ponto forte. Já o trabalho com o Milos foi algo completamente diferente, pois eu já tinha força de candidato a mestre. O que fazíamos basicamente era analisar diversas posições e ver partidas, mas sem uma didática típica treinador - aluno. Éramos mais "companheiros de análise" e este é um sistema que recomendo para enxadristas aspirantes que tiverem interesse de treinar com um GM,com duas ressalvas: 1- o treinamento precisa, neste caso, ser ao vivo; 2- O aspirante precisa ser muito dedicado e ter realmente vontade de progredir. Com esse método, pulei de candidato a mestre a GM em 3 anos.

Maia: Você também dá aulas e tem uma academia de xadrez (www.academiarafaelleitao.com). Como é seu processo de avaliação do aluno/treinando antes de ministrar as aulas/treinos?
Leitão: O processo de avaliação envolve análises de posições selecionadas de meio-jogo e finais, além de algumas partidas de 15 minutos. Após algumas horas é possível diagnosticar quais são os pontos fortes e fracos do aluno, permitindo a montagem de um programa de treinamento adequado.


Maia: Teria algum conselho a dar para os jogadores que têm pouco tempo para estudar? Se não dá para aperfeiçoar todos os aspectos, o que seria prioritário? Qual habilidade/competência considera mais vital para um enxadrista de competição de força média (1800 a 2100 rating FIDE)?
Leitão: Com certeza o mais importante para enxadristas deste nível é o cálculo de variantes. É preciso dar ênfase à resolução de combinações e estudos artísticos. Curiosamente, a imensa maioria destes enxadristas comete o grave erro de dedicarem seu pouco tempo disponível à memorização de variantes de abertura e à leitura "passiva" de livros (apenas repassando as análises do autor ou mesmo pulando as páginas que contêm mais variantes). A preparação de aberturas só é realmente importante a partir de uma força de 2400+.


Maia: Fiz uma enquete no meu blog sobre o livro Mi Sistema, de Nimzowitsch (leitura recomendada pelo treinador Mark Dvoretsky). A prática em competições e os métodos de estudo e treinamento mudaram muito. Você ainda recomendaria os velhos manuais clássicos (Mi Sistema, Estratégia do Pachman, etc) como referência nos estudos de xadrez? Cite os livros que mais lhe impressionaram ao longo de seus estudos no xadrez.
Leitão: Os livros clássicos citados foram muito importantes em sua época e ainda hoje servem como referência histórica. Entretanto, os métodos de aprendizado mudaram muito com o advento da informática. Sabendo-se utilizar com a inteligência a informação gerada por bases de dados+engines, é possível desenvolver-se mais rapidamente do que lendo estas obras. Existe um livro clássico que ainda considero leitura obrigatória: Zurich 53, do Bronstein. Além deste, os livros que mais me impressionaram foram os do Dvoretsky (todos).


Maia: Como massificar o xadrez no Brasil? por que, na sua opinião, não surgem, em boa quantidade, novos jogadores talentosos por ano? Os projetos de xadrez escolar no Brasil são eficazes (atingem as metas) e eficientes (relação custo/benefício)?
Leitão: O xadrez jamais será um esporte popular ou de massa no Brasil. É uma questão cultural: não temos nenhuma identidade com o jogo, ao contrário do que acontece em outros países. Na Argentina, para não irmos longe, quase todos sabem jogar xadrez. E por quê? Pelos projetos de xadrez nas escolas? Desconheço qualquer grande ação nesse sentido. Porque já tiveram um grande jogador? Mequinho foi mais longe que Panno. É simplesmente uma questão cultural. Justamente por isso os talentos aqui são esporádicos. Poucos têm contato com o jogo e mesmo os que se destacam têm dificuldades em conseguir treinamento especializado. Em relação aos projetos de xadrez escolar, careço de informações mais detalhadas para opinar.


Maia: Conte como foi a experiência de treinar com Mark Dvoretsky.
Leitão: Ir a Moscou, a eterna capital do xadrez, e estudar com um dos mais respeitados treinadores do mundo é uma experiência fascinante para quem é apaixonado por xadrez. Como escrevi anteriormente, cresci lendo os livros do Dvoretsky. Ele era (e ainda é) um ídolo para mim. E nessas 2 semanas pude absorver um pouco do que o xadrez significa para os russos e no que consiste a famosa escola russa de xadrez. Este conhecimento me ajudou a melhorar meu jogo e também a montar programas de treinamento para meus alunos, mesmo que muitos deles - infelizmente - jamais tenham lido um livro do Dvoretsky.


Maia: Sua apostila de cálculo é excelente. Nela você aborda sobre os "lances candidatos". Esta técnica, como está nos livros (Kotov, Nunn, Tisdall, Dvoretsky), é utilizada pelos super GM´s ?
Leitão: A técnica dos lances candidatos é muito importante para o aperfeiçoamento do cálculo e é utilizada pelos GMs. Entretanto, deve-se fazer uma ressalva. Não somos robôs preparados para fazer lances candidatos automaticamente em todas as posições. Para utilizar o método eficientemente é preciso treinamento e bom senso. O que ocorre é que a maioria dos enxadristas, em posições de cálculo complexo, são imediatamente seduzidos por alguma continuação e começam a analisá-la. Até aí tudo natural e isso ocorre com os GMs também. A diferença é que os enxadristas mais fracos persistem nessa mesma continuação durante muito tempo, quando muitas vezes o que deveriam fazer é voltar à posição inicial e se perguntar se não existe uma idéia mais efetiva (lances candidatos). A melhor explicação sobre lances candidatos está no livro do Nunn (Secrets of Practical Chess). O livro do Kotov, "Pense com um Grande Mestre" é muito importante por ser a obra que introduziu este conceito, mas discordo do método "robótico" por ele sugerido e discordo mais ainda do sistema de "árvore" de análises.

Maia:Ser enxadrista profissional não é fácil. Alguma vez você pensou em parar, fazer outras coisas profissionalmente?
Leitão: Sim, já pensei nisso diversas vezes. Mas não consigo ficar muito tempo longe de um tabuleiro. Fiz faculdade de Direito por 2 anos, mas tive que interromper os estudos devido às competições. Mesmo se eu fosse advogado ou exercesse alguma outra profissão, jamais perderia o contato com o xadrez. Essa idéia de parar com o xadrez de competição passa vez ou outra pela mente de todos os profissionais (especialmente depois de uma derrota amarga ou um torneio sofrível). A realidade, porém, é que um GM adquiriu um certo nível de status e excelência no que faz e não é fácil começar alguma outra atividade do zero. Atualmente estou feliz com as atividades de jogador e treinador e não pretendo fazer outra coisa.


Maia: Quais suas metas na carreira?
Leitão: Como jogador pretendo subir meu rating e entrar na lista dos Top 100. Como treinador tenho uma meta a longo prazo, que é ajudar algum enxadrista talentoso a conseguir o título de GM.


Maia: Você vai optar por jogar as Olimpíadas ou os Jogos Abertos de SP?
Leitão: Infelizmente a coincidência de datas entre os dois eventos não me deixa outra escolha a não ser disputar os Jogos Abertos.


Maia: Este ano teremos eleições na CBX. A atual gestão foi ótima ao sanear as finanças e produzir um bom caixa, além de várias outras iniciativas muito boas. Mas uma crítica que fazem é que teve uma atenção muito acentuada nos GM´s, esquecendo um pouco da base. O que você acha destas críticas e o que você espera da próxima gestão da CBX ?
Leitão: Acho que as críticas são infundadas e que a atual gestão da CBX está desenvolvendo um trabalho excepcional. Depois de um longo período no vermelho, finalmente a CBX tem dinheiro em caixa. Quanto às críticas ao apoio dado aos GMs, cumpre dizer que esta é uma das atribuições mais importantes de um Confederação: apoiar seus melhores jogadores. Aliás, este apoio não foi dado somente a GMs, mas também a muitos outros jogadores. Espero que a próxima gestão dê continuidade a este trabalho e que não haja um retrocesso.


Maia: Na sua opinião como está o desenvolvimento do xadrez no Brasil em termos regionais? tem acompanhado o desenvolvimento de federações do norte/nordeste, como, por exemplo, a do Pará (que realizou diversos eventos) ?
Leitão: Não tenho conhecimento suficiente para opinar sobre o desenvolvimento do xadrez em outras regiões. 90% dos torneios que disputo no Brasil são realizados em São Paulo.

Maia: O jogo de xadrez é sempre citado como grande instrumento pedagógico em idade escolar, auxiliando no desenvolvimento de outras habilidades como matemática, etc. Você concorda integralmente ou acha que há uma certa superestimação ideal dos benefícios do jogo?
Leitão: Concordo integralmente com os benefícios do xadrez para crianças em idade escolar. Claro que existem exceções, como enxadristas que tenham dificuldade na escola, mas isso é extremamente raro.

Maia: Obrigado pelo papo, GM Rafael Leitão! Apesar de você ser botafoguense, sou muito seu fã!!

9 comentários:

Anônimo disse...

Dudu,

Excelente a entrevista com o GM Leitão:ótimas perguntas, respostas claras e instrutivas - parabéns!
As apostilas dele são indispensáveis àqueles que querem progredir e destaque especial, além do conteúdo enxadristico, ao ótimo português.

sucesso a todos vocês!

joaquim deus fº
SP, Jogos Regionais 2008

XADREZ CARIOCA disse...

Caro Maia,

parabéns pela bela entrevista com o nosso campeão mundial, alías, bi-campeão, sempre lúcido e claro em suas respostas.

Além das qualidades enxadrísticas, Rafael tem mais uma: nasceu na terra de Gonçalves Dias, coincidentemente minha terra também (risos).

Abraços,

AMORIM

http://xadrezcarioca.blogspot.com
http://nexapa.blogspot.com

Anônimo disse...

Parabéns Maia, pela entrevista , com ótimas perguntas, e ao GM Leitão pela atenção demontrada. Você está fazendo um ótimo trabalho com o seu Blog Maia.
Um Grande Abraço de seu colega Flamenguista e Alexano,
Kleber Victor

Anônimo disse...

Clube de Xadrez Mendes !!!

Parabéns pela entrevista com GM Rafael Leitão.

Elcio Mourão

Anônimo disse...

Fantástica a entrevista.
Parabéns ao Maia e ao Simpático GM Leitão.
Carlos

Anônimo disse...

Olá Maia,

Belíssima entrevista!
Você e o Rafael, brilhantes...
Aproveito para deixar-lhe meu abraço e lhe dizer que trago saudades do "divertido" torneio de Vitória-Es.
Mantenha contato amigão!
Abraços
JÚLIO EIMARD DE FREITAS
julius2funec.br

Anônimo disse...

VOZ DO NORTE/NORDESTE

A entrevista foi BOA! mas é uma pena que nosso GM tenha uma visão tão pessimista com os projetos nas escolas. Tbm acho que deixou a desejar quanto a sua falta de interesse (Na minha opnião deveria ser um dos grandes incentivadores do NORDESTE, se não o maior! Já que ele ja sentiu na pele as dificuldades!) com nossos grandes e sofridos jogadores nordestinos que lutam tanto sem incentivo algum!!

Maiakowsky disse...

Obrigado a todos pelas mensagens!

Grande Julio Eimard, amigão de Minas! continue estudando o "La Passion"!! até breve!

Anônimo disse...

Maia, muito boa a entrevista e ótimos os pontos de vista do Leitão. Estão de parabéns!
Grande abraço!
Rogério - ES