domingo, 18 de janeiro de 2015

1456- Eleições 2015 na FEXERJ: a questão é mais ampla


Na postagem nº 1449 deste blog eu fiz umas promessas e vou mantê-las, sabem, para este e os próximos anos.

Porém, vou me manifestar neste blog em um assunto que já debati ardorosamente na lista de discussão do clube de xadrez que sou sócio: as próximas eleições da FEXERJ, marcadas para o próximo dia 01 de fevereiro. Vou resumir minha posição pessoal: na minha opinião, o processo eleitoral foi pouco transparente (a informação da desistência da candidatura do Mascarenhas era para poucos, uma informação privilegiada que inviabilizou a possibilidade de candidaturas interessadas) e a chapa única inscrita é ilegal. O temor à determinada candidatura foi uma balela que não pode servir de argumento para viciarem o processo nos quesitos da legalidade e da moralidade. Não se pode admitir uma "ação entre amigos", cujo comando e interesse maior é externo à Federação.

Não é nada contra pessoas. Admiro o trabalho e a competência do AI Élcio Mourão, um cara bonachão, atencioso.

Dois clubes do Rio já se rebelaram. Publicaram um ótimo texto, vejam AQUI , cujos argumentos eu concordo. E também enviaram uma carta ao presidente da Comissão Eleitoral. Até blogs desativados voltaram à ativa, justificadamente.

Espero que os demais clubes do RJ apóiem os clubes citados.

Porém, enxergo a questão um pouco mais ampla. Relaciona-se a assuntos de extrema importância ficarem submetidos ao poder decisório de poucos.

As decisões ficam restritas aos clubes, porque eles querem assim! os jogadores (que sustentam as entidades) ficam alijados do poder decisório nas questões cruciais. Os jogadores não têm a mínima representação nos processos decisórios. Dizer que os dirigentes dos clubes irão representar a vontade da maioria dos seus jogadores é balela! eu vi uma demonstração cabal disso muito recentemente. Os dirigentes representam as suas vontades pessoais.

Vejam o que acontece na CBX e outras confederações esportivas. As decisões importantes em prol da coletividade ficam restritas a alguns dirigentes (e muitas procurações!).

O modelo de gestão é ultrapassado. Um modelo arrecadatório (dos jogadores) mas sem nenhuma PRESTAÇÃO DE CONTAS. Um modelo de gestão que não é compartilhado com os jogadores, onde estes só tem obrigações e não conseguem enxergar seus direitos. É preciso dar REPRESENTAÇÃO AOS JOGADORES!

Vivemos numa época onde não precisamos mais sair de casa pra desfrutar um xadrez de boa qualidade. Jogamos em casa, treinamos à distância. As entidades precisam acompanhar isso. Os clubes têm que redirecionar sua razão de existir, não podem ser apenas um lugar de prática. E as federações e confederações devem compartilhar suas gestões, devem apresentar e discutir seus PLANOS ESTRATÉGICOS para um corpo de dirigentes e jogadores quantitativa e qualitativamente representados. Os jogadores devem saber em que seus recursos são aplicados, como são aplicados.

Bom, eu não posso ajudar mais os dirigentes que lideram a Campanha pela Legalidade na Eleição da FEXERJ. Eles têm que conseguir os votos de seus pares, só os dirigentes votam. 

Boa sorte! espero que os demais clubes os acompanhem.




Nenhum comentário: