sábado, 25 de outubro de 2008
106- Miniaturas Notáveis II
Dizem que muitos estudos nasceram ao se analisar partidas suspensas ou ao se aprofundar em episódios curiosos das partidas. Muitos mestres, grandes mestres e campeões mundiais (um que não compôs nenhum estudo mas era fanático por eles foi Alekhine, conforme aprendi com o Stelling na palestra em Vassouras) compuseram estudos.
O diagrama acima (brancas jogam e ganham) é um estudo de 1892, um clássico do segundo campeão mundial, o grande Emanuel Lasker. Sem este estudo, a teoria de finais de torre não estaria completa. Na solução é empregado um método que os compositores chamam de "movimento sistemático".
Divirtam-se!
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7 comentários:
Amigo Maia, lá se foi boa parte da minha tarde de sábado.
Espero ser recompensado!
Primeiro, gastei mais ou menos 30 minutos imaginando a subida do rei pelas colunas d e e. Tinha em mente algo que já conhecia, mas não me lembro exatamente, em que a torre entrava na frente do rei. Pensei, pensei, (como diz o Salamon, capivara não pensa, demora para jogar!) mas não vi possibilidade de a torre entrar na frente.
Esfriei a cabeça e comecei a especular Rb8. Torre teria que dar xeque, rei iria para a8, torre atacaria o peão novamente e a torre branca daria xeque e o rei não poderia ir para b porque senão o rei branco iria para b7 promovendo o peão. Comecei a achar interessante! Vi que isso podia se repetir (como sugeristes) e cheguei até a seeguinte posição: rei preto em a3, rei branco em a6, torre branca em f4 e as demais peças no mesmo lugar.
Agora eu sabia que teria que levar o rei preto para a2, porque então capturaria o peão preto e promoveria o branco num final de dama x torre (que, diga-se de passagem, não saberia ganhar contra um adversário que soubesse se defender com perfeição), que é ganho para as brancas.
Aí fiquei pensando, tudo turvo, por mais ou menos uma hora. Não conseguia achar solução.
De repente, com insistência, acho que cheguei a ela:
Rb6. O que as pretas fazem agora?
A torre preta não pode tomar o peão porque o rei toma;
O peão preto não pode promover porque a torre branca toma;
Se o rei preto for para a2, torre toma peão e cai no final que eu queria;
Aí eu fui pro tabuleiro e, diante dele, pergunto: o que as pretas fazem agora? Não estou vendo saída para elas.
Ia esquecendo: se torre der xeque, rei branco vai para a5. Gastei, brincando, duas horas e meia.
Se estiver certo, valeu a pena!
Um abraço, Silvio Henriques
Silvio, duas horas e meia que valeram a pena! vc solucionou o estudo, parabéns! Com a prática constante você solucionará em menos tempo!
Descansa que o próximo será um estudo de Botwinnik muito interessante.
Grande abraço.
Maia.
Realmente, Sílvio, o tempo investido vai ser recompensado logo logo!
Este estudo é um clássico e importante para a teoria de finais! Quando publicou esta posição Lasker comentou que se o tabuleiro fosse 9x9, ao invés de 8x8, a manobra seria inútil!
Tem um estudo do Keres que expande a idéia deste aqui. Se o Maia quiser eu passo outro dia.
Um grande abraço,
Stelling
Belo raciocínio!
Depois posso lhes passar um problema de minha autoria?
Sim, pode postar aqui o problema de sua autoria.
Grande abraço.
Maia.
Maia, um comentário.
A posição que tenho deste estudo do Lasker é ligeiramente diferente.
É o primeiro diagrama do artigo abaixo (que foi extraído de uma coluna de estudos do Boletim Guanabara, do genial Sebastião A. da Silva):
http://stelling.wordpress.com/2008/09/23/maquina-do-tempo/
Abração,
Stelling
Stelling,
acho que o Lasker a cada ano mostrava a posição com o peão preto em colunas diferentes ("d" a h")!!
O ano também difere na fonte que tenho: 1892 em vez de 1890.
Grande abraço!
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