Jogador responde ao lance antes de o adversário acionar o relógio, em partida de blitz
Pergunta 68: Numa partida de blitz, o jogador A faz o lance; o jogador B responde em seguida; o jogador A, então, aciona o relógio; o jogador B também aciona o relógio. O procedimento está correto?
Resposta: Trata-se de procedimento corriqueiro nas partidas jogadas nos ritmos rápido e blitz (relâmpago).
Os jogadores em apuro de tempo não raras vezes jogam em grande velocidade e acabam respondendo antes de o adversário acionar o relógio.
Conclusão: O jogador B não está transgredindo a Lei se não estiver impedindo o adversário de acionar o pino do relógio.
O que o art. 6.8 “a” da Lei do Xadrez proíbe é que jogador B impeça o adversário de acionar o relógio.
"Art. 6.8.a - ... Deve ser sempre permitido a um jogador acionar o pino de seu relógio..."
Jogador que se ausenta do ambiente de jogo sem pedir autorização ao árbitro
Pergunta 69: O jogador ausenta-se do salão de jogos sem antes pedir permissão ao árbitro. Seu adversário desconfiado da atitude chama o árbitro e pede que tome providências. O que deve fazer o árbitro?
Resposta: A conduta de ausentar-se sem a devida permissão implica vai de encontro ao disposto no art. 12.4 da Lei do Xadrez.
O árbitro deve verificar onde se encontra o jogador ausente. Dependendo da gravidade da falta deverá aplicar-lhe a punição devida (usando o bom senso) com base no elenco de punições previstas no art. 13.4 da Lei do Xadrez.
OBS: Vale lembrar que o intuito da regra não é tolher a liberdade de locomoção do jogador. A idéia é evitar que o jogador se ausente para consultar seu técnico, literatura ou softwares enxadrísticos. (comportamento anti-ético)
"12. 4 - Não é permitido aos jogadores deixar o ‘ambiente de jogo’ sem a permissão do árbitro. O ambiente de jogo é composto pela sala de jogo, banheiros, área de refeição leve, área reservada para fumantes e outros locais designados pelo árbitro. Não é permitido ao jogador, que tem a vez de jogar, deixar a sala de jogo sem a permissão do árbitro."
"13.4 - O árbitro pode aplicar uma ou mais das seguintes penalidades:
a) advertência,
b) aumentar o tempo remanescente do oponente,
c) reduzir o tempo remanescente do jogador infrator,
d) declarar a perda da partida,
e) reduzir os pontos ganhos na partida pelo jogador infrator,
f) aumentar os pontos ganhos na partida pelo oponente até o máximo possível para aquela partida,
g) expulsão do evento."
Lance escrito apenas na planilha (não realizado no tabuleiro) porque o adversário chegou atrasado
Pergunta 70: O Jogador A (com peças brancas) escreve o lance na planilha, mostra ao árbitro qual foi o lance executado, aciona o pino do relógio sem entretanto executá-lo no tabuleiro porque o seu adversário ainda não chegou. O estranho ritual deve-se ao fato de seu adversário estar atrasado.
O jogador B (com peças pretas) logo que chega questiona o adversário por que o seu relógio está acionado se o tabuleiro apresenta a posição inicial das peças. O jogador A, prontamente, mostra a planilha com o lance escrito e diz que foi aconselhado pelo próprio árbitro a agir dessa forma. Está correto este procedimento?
Resposta: A nova lei (art. 8.1) proíbe o jogador de escrever o lance antes de executá-lo no tabuleiro. Também não é licito ao jogador, parar o relógio e acionar o do seu oponente enquanto não tiver efetivamente feito o seu lance no tabuleiro, consoante o disposto no art. 1.1 e alínea a do art. 6.8 da Lei do Xadrez.
Conclusão: Sem dúvida o jogador B está com a razão. Este procedimento é inaceitável. O jogador das brancas só pode acionar o pino do seu relógio e anotar o seu 1º lance, após executá-lo no tabuleiro. Somente depois de executado esse pequeno ritual é que as pretas passam a ter a ‘vez de jogar’.
"Art. 1.1 - O jogador com as peças brancas começa o jogo. Diz-se que um jogador 'tem a vez de jogar', quando a jogada do seu oponente tiver sido feita."
”Art. 6.8. a - Durante a partida cada jogador, depois de fazer seu lance no tabuleiro, deverá parar seu próprio relógio e acionar o relógio de seu oponente.”
”Art. 8.1. - É proibido anotar previamente o lance, exceto se o jogador estiver reivindicando empate na forma dos Artigos 9.2 ou 9.3.”
Lances Ilegais em Partida de Xadrez Rápido - Intervenção ou não do árbitro
Pergunta 71: Numa partida de xadrez rápido entre duas crianças com seta pendurada, a jogadora A faz uma jogada irregular; a jogadora B, todavia, não acusa e concretiza sua jogada . O árbitro deve intervir?
Resposta: Em partidas de xadrez rápido, o árbitro só deve intervir, no caso de lance ilegal, se for requerido por pelo menos um dos jogadores, diferentemente do xadrez pensado em que, a qualquer momento, o árbitro pode intervir e restabelecer a posição anterior ao lance ilegal, concedendo dois minutos extras ao adversário. Vide artigo 7.4 “a” da Lei do Xadrez.
No xadrez rápido o infrator só é punido quando fizer um lance ilegal se houver reclamação.
Vide apêndice B6 da Lei do Xadrez.
“Apêndice B6 - Um lance ilegal está completo assim que o relógio do adversário for posto em movimento. O oponente tem direito de reclamar que o jogador completou o lance ilegal.... Apenas após tal reclamação é que o árbitro poderá intervir.”
Lances Ilegais em apuro de tempo de partidas de mais de 1 hora de reflexão para cada jogador – Pode o árbitro intervir?
Pergunta 72: Nos instantes finais de uma partida no ritmo de 2 horas nocaute, o meu adversário faz uma série de lances irregulares que eu não percebi devido ao apuro de tempo. O árbitro estava assistindo e não se pronunciou. Com os lances irregulares, meu adversário ganhou a partida. O árbitro deveria intervir diante dos lances irregulares? Como ele não interveio, posso requerer a anulação da partida?
Resposta: Em partidas disputadas no ritmo de xadrez pensado, o árbitro pode e deve intervir, independentemente de reclamação do jogador prejudicado. Um lance ilegal, que é um ato anulável, se acusado durante a partida, possibilita a aplicação da lei do xadrez, voltando-se à situação anterior ao lance ilegal, com a conseqüente punição do infrator. (vide art. 7.4). Mas isso tem de acontecer durante a realização da partida.
Uma vez terminada a partida, não há mais o que se fazer, porque a irregularidade só poderia ser sanada durante o transcurso do jogo. Desse modo, depois de terminada a partida não existe mais a infração e, por esse motivo, não é cabível a anulação do jogo.
Nas partidas nos ritmos de rápido e blitz é que os árbitros só podem intervir se houver uma reclamação formal, por parte de um dos jogadores.
Num paralelo com o direito, em especial ao chamado direito processual, que, entre outras coisas, disciplina o modo de atuação das partes perante o juiz, atribui-se a necessidade de "agir na hora" ao princípio da eventualidade. Diz-se que há a perda de uma oportunidade processual quando alguém deixa passar um direito que só pode ser efetivado naquele momento. Isso acontece principalmente por duas razões. Uma de ordem lógica, pois é naquele momento que os fatos podem ser verificados. Outra por motivo de segurança jurídica, eis que não é possível que a reclamação permaneça em aberto, incerteza que não interessa a nenhum dos envolvidos. É a aplicação do adágio latino "dormientibus non sucurrit jus" (a justiça não socorre aos que dormem).
Guardadas as diferenças entre direito e xadrez, a solução para o caso acaba não sendo diferente do raciocínio acima. Isso porque, sendo o xadrez algo que visa o entretenimento e o lazer de seus praticantes, e onde não é possível ao juiz fiscalizar todas as partidas o tempo todo nem “reduzir a processos” tudo o que ocorre no jogo, é recomendável que cada jogador se preocupe em bem conhecer suas regras (principalmente se o leva a sério e de modo profissional). Deve, assim, reclamar seus direitos na hora certa, para jogar sempre partidas sadias, sem arrependimentos ou aborrecimentos.
E ai vale lembrar outro adágio: "dura lex sed lex" (a lei é dura, mas é a lei).
"Art. 7.4 -
a) Se durante uma partida descobrir-se que um lance ilegal foi feito, deverá ser restabelecida a posição imediatamente anterior à irregularidade. Se a referida posição não puder ser reconstituída, a partida deverá continuar a partir da última posição identificável, anterior à irregularidade. Os relógios deverão ser ajustados de acordo com o Artigo 6.14. O Artigo 4.3 aplica-se à jogada que for feita em substituição ao lance impossível. A partida deverá então continuar a partir da posição restabelecida.
b) Após a adoção das ações descritas no Artigo 7.4 "a", para os dois primeiros lances ilegais feitos por um jogador, o árbitro deverá dar dois minutos extras ao oponente, a cada instância; para o terceiro lance ilegal efetuado pelo mesmo jogador, o árbitro deverá declarar a partida perdida para este jogador."
Lance Ilegal – Regra vale para Rápido e Blitz
Pergunta 73: A regra que valia para o blitz foi estendida também para o Xadrez Rápido.
Resposta: De acordo com a lei em vigor lances ilegais praticados em partidas de rápido só estão 'completos' depois que o jogador acionar o pino do relógio. Assim, o adversário só pode reclamar depois que o seu relógio for acionado. Além disso, a reclamação tem de ser feita antes de efetuar o seu lance.
E o árbitro somente pode intervir na partida após a reclamação.
Este é o novo ritual, que era válido anteriormente só para o Blitz.
Lance Ilegal em Blitz sempre acarreta a perda da partida?
Pergunta 74: Numa partida de xadrez relâmpago, um dos jogadores está apenas com o rei, enquanto que o outro conta com várias peças. O que acontece se o jogador, com várias peças, faz um lance impossível e aciona o relógio do adversário. Qual é o resultado da partida? O jogador que fez o lance impossível perde, ou há empate, pelo fato do outro jogador não possuir mais peças?
Resposta: Se o jogador fizer um lance ilegal e acionar o relógio perderá a partida se o adversário acusar. Logicamente, em nenhuma circunstância o jogador perderá a partida caso o seu adversário não tenha material para dar mate; o empate é o resultado correto.
”Apêndice C3: Um lance ilegal está completo assim que o relógio do oponente for posto em movimento. Entretanto, antes de fazer o seu próprio lance, o oponente tem o direito de reclamar a vitória. O jogador tem o direito de reivindicar empate antes de fazer o seu próprio lance se o oponente não puder lhe dar xeque-mate por qualquer série de lances legais possíveis...”.
Lance Ilegal versus Queda de Seta: O que prevalece em partida de blitz?
Pergunta 75: O jogador A (brancas com material para dar mate) acusa, na forma regulamentar, um lance ilegal praticado pelo adversário (pretas também com material para dar mate); em seguida o jogador das pretas acusa queda de seta do relógio das brancas. O que decide o árbitro?
Resposta: O árbitro deve analisar a cronologia dos fatos.
Tanto o lance ilegal completo quanto a queda de seta determinam o término da partida.
A seta é considerada caída somente quando o jogador acusa o fato.
Conclusão: O lance ilegal completo, conforme apêndice C3, significa que a partida terminou com a vitória das brancas. O que aconteceu depois é irrelevante.
OBS: Se a partida estivesse sendo disputada no ritmo normal ou de xadrez rápido, o árbitro deveria dar um bônus de 2 minutos para o jogador A e a partida prosseguiria a partir da posição imediatamente anterior ao lance ilegal.
"Apêndice B7 - A seta é considerada caída quando for feita uma reclamação válida neste sentido por um dos jogadores. O árbitro deve abster-se de sinalizar uma queda de seta."
"Apêndice C3 - Um lance ilegal está completo assim que o relógio do oponente for posto em movimento. De qualquer forma, antes de fazer o seu próprio lance o oponente tem o direito de reclamar a vitória... ".
Lance ilegal das pretas - brancas ao invés de acusá-lo ameaçam a dama preta - Pretas perdem a dama?
Pergunta 76: Numa partida de xadrez rápido, um jogador (por exemplo, o de pretas) faz um lance impossível, deixando seu rei em xeque. O jogador de brancas, ao invés de chamar o árbitro e acusar o lance impossível, mantém o rei negro em xeque e ameaça a dama negra. Percebendo que perderiam a dama, pretas então acusam o lance ilegal. Como o Árbitro deve se posicionar nessa situação?
Resposta: Logicamente o árbitro não pode cair nesse truque-sujo. Deve atender à reivindicação do jogador das brancas, determinando que seja restabelecida a posição imediatamente anterior ao lance ilegal, anulando o lance ilegal bem como eventuais lances posteriores.
Valendo-se do seu bom senso, deve o árbitro aplicar as devidas penalidades aos dois jogadores (vide arts 7.4."b" e 13.4). E a partida deve continuar a partir da posição restabelecida, com as pretas tendo a vez de jogar, conforme o disposto no artigo 7.4 “a” da Lei do Xadrez.
"7.4. “a” - Se durante uma partida descobrir-se que um lance ilegal foi feito ...., deverá ser restabelecida a posição imediatamente anterior à irregularidade. Se a referida posição não puder ser reconstituída, a partida deverá continuar a partir da última posição identificável, anterior à irregularidade. Os relógios deverão ser ajustados de acordo com o Artigo 6.14. O artigo 4.3 aplica-se à jogada que for feita em substituição ao lance impossível. A partida deverá então continuar a partir da posição restabelecida."
"7.4. “b” - Após a adoção das ações descritas na alínea "a" do Artigo 7.4, para os dois primeiros lances ilegais feitos por um jogador, o árbitro deverá dar dois minutos extras ao oponente, a cada instância; para o terceiro lance ilegal efetuado pelo mesmo jogador, o árbitro deverá declarar a partida perdida para este jogador."
Lance Ilegal - Quando está configurado no xadrez rápido e blitz?
Pergunta 77: No blitz, jogador faz lance deixando seu rei em xeque e aciona o relógio. Perde a partida?
Resposta: Deixar o rei em xeque é um lance ilegal. Mas, no xadrez rápido e no blitz só estará configurado o lance ilegal depois de acionado o relógio. É o que diz apêndice C3.
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