quinta-feira, 25 de setembro de 2008

87- Questões de Arbitragem IX

Empate - Partida de relâmpago - Rei e Bispo versus Rei e Bispo?
Pergunta 54: Numa partida de blitz o jogador A está com Rei e Bispo de casas brancas e o seu adversário tem Rei e Bispo de casas pretas. Cai a seta do jogador das pretas, o que o árbitro decide?


Resposta: Em partidas de xadrez normal ou rápido é claro que se trata de empate. Isto porque o jogador mais apurado em tempo poderia reivindicá-lo valendo-se das prerrogativas do art. 10.2 da Lei do Xadrez.
Nas partidas de relâmpago, todavia, não é aplicável o art. 10.2, face ao disposto no apêndice C4. O empate poderia sobrevir mediante comum acordo entre os jogadores (hipótese remota). No caso em análise, não permitindo a lei que o árbitro intervenha, a partida termina com a vitória das brancas, até porque, é possível as pretas sofrerem xeque-mate com a configuração acima de peças (por exemplo: pretas com Ra8, Bb8; brancas com Ra6, Bc6);
Por outro lado, se os bispos não fossem de cores opostas a partida estaria empatada por falta de material para dar mate.
" C2 - O Artigo 10.2 não se aplica."

Observação: No caso de queda de seta das pretas, o árbitro pode decidir que as brancas venceram a partida de xadrez relâmpago nas seguintes hipóteses:
1) brancas com Rei e Dama; pretas com Rei e Dama
2) brancas com Rei e Torre; pretas com Rei e Dama
3) brancas com Rei e Torre; pretas com Rei e Torre
4) brancas com Rei e Cavalo; pretas com Rei e Torre
5) brancas com Rei e Cavalo; pretas com Rei e Cavalo
6) brancas com Rei e Bispo; pretas com Rei e Bispo (bispos de casas de cores opostas)


Empate - Partida de relâmpago - Rei e 2 cavalos contra rei nu
Pergunta 55: Numa partida de blitz (relâmpago) é possível reivindicar empate já que meu adversário só poderá dar mate ajudado? Posição: brancas, rei e cavalo; pretas, só o rei.


Resposta: Em blitz, não é se aplica reivindicação de empate com base no art. 10.2.
Se cair a seta das pretas, o árbitro deverá aplicar o artigo 6.10 da lei e decretar a vitória das brancas, porque o mate é possível. Exemplo de posição final com mate: pretas, rei em a8; brancas, rei em a6 e cavalos em b6 e c6.

Empate teórico - Xadrez relâmpago - Final de rei e peão de torre contra rei
Pergunta 56: Em alguns eventos escolares não raras vezes têm havido problemas no xadrez relâmpago. Exemplificando: Ambos os jogadores têm menos de 20 segundos (estão com seta pendurada). O jogador A que tem rei e peão de torre e pretende jogar até a queda de seta, embora o rei do adversário esteja dominando a casa de promoção. Deve o árbitro intervir já que se trata de empate teórico?


Resposta: A lei não regula empate teórico.
O árbitro deve se abster de intervir porque o fator tempo é aspecto preponderante nas partidas de relâmpago. Se o jogador com o rei nu jogar corretamente a partida estará empatada. Ocorre que a seta dele pode cair e o adversário ganharia a partida porque tem material para dar mate.

É importante assinalar que não existe consenso entre os árbitros relativamente a essa situação. Há uma outra corrente que admite a não intervenção do árbitro quando não há equilíbrio de forças, ou seja, o jogador com o rei nu é fraco. De outra forma pode o árbitro intervir.


Espectador avisa queda de seta no final da partida - Dilema do árbitro.
Pergunta 57: No final de uma partida de xadrez rápido, os dois jogadores estão apurados. O jogador A tem material a mais. Ocorre que um espectador avisa a queda de seta do jogador B. Imediatamente, o jogador A acusa a queda de seta do adversário que protesta e pede para o árbitro anular a partida. O árbitro confirma a vitória do jogador A. Está correta a decisão?


Resposta: Quando um espectador ou um jogador de outra partida interfere acusando queda de seta, por exemplo, fato previsto no artigo 13.7 da lei do Xadrez, pode provocar situação constrangedora, que às vezes coloca a arbitragem num terrível dilema.
Mas o árbitro, ao decidir, deve usar o "bom senso" (vide prefácio) para não prejudicar ninguém.
Conclusão: O árbitro acertou na decisão. Não deveria anular a partida mesmo porque não haveria tempo hábil para realização de nova partida. Poderia ter expulsado o infrator do salão de jogo, com base no art. 13.7 “a”.
”Art. 13.7 a - Espectadores e jogadores de outras partidas não devem falar ou interferir numa partida de qualquer forma. Se for necessário, o árbitro pode expulsar os infratores do ambiente de jogo.”

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