sábado, 18 de setembro de 2010

726- Matéria sobre palestra do MI Toth na UERJ!


SEJA MAIS UM!!



resenha do mf Alberto Mascarenhas

Tivemos neste último feriado de sete de setembro mais uma excelente paletra técnico filosófica do MI C. Toth e do Prof. Roberto Cintra (PUC), desta vez na UERJ, logo após o término da etapa UERJ do circuito 21 da Convergência.
Mais uma vez uma excelente troca de opiniões e diversas questões debatidas calorosamente pelos presentes, cerca de 20 pessoas.
O foco desta vez foi a questão do plano de longo prazo, no xadrez ou na vida. Não basta seguirmos receitas pré-estabelecidas se não tivermos a visão clara do todo e do nosso objetivo final. Não basta fazer da rotina nossa caminhada. Há que se buscar um entendimento maior do todo e justificá-lo na prática sem pressa, mas no timing certo !
A partida tema da palestra foi a sétima partida do match pelo campeonato mundial entre Tigran Petrosian e Mikhail Botvinnik, jogada no ano de 1963 em Moscou, quando o match estava empatado em 3 a 3 (1 vitória para cada um e 4 empates).
A lição estratégica de Petrosian foi de tal ordem, que a variante jogada desapareceu da prática magistral, tal a coerência e consistência do plano de jogo das brancas frente à sequência de abertura das pretas, conduzidas pelo campeão mundial da época e profundo estudioso e estrategista do xadrez, o GM Mikhail Botvinnik.
Os palestrantes tiveram grande habilidade em expor detalhes da construção desta obra prima do xadrez estratégico (C. Toth) e sua ligação filosófica com nosso mundo real (Prof. R. Cintra).
Sugiro que reproduzam a partida abaixo e percebam a maneira coerente do desenvolvimento das brancas, buscando manter oportunidades latentes de expansão na ala da dama e restrição total de qualquer reação das negras no centro e principalmente na ala do rei. De notar a total falta de plano coerente para as negras após a manobra de restrição das brancas, culminando com pleno domínio da diagonal c1-h6, peão em h4 e mais tarde Bf3 e Rg2(sem pressa!), eliminando de todas as formas qualquer ruptura de peões negros nesta ala, único contrajogo possível, e só então a execução firme da expansão e invasão da ala da dama negra. Mais notável ainda foi a decisão das brancas de não tomarem o peão de a7 no lance 24 (quando poderiam fazê-lo sem temor algum) em prol de uma sequência muito mais forte e rápida de desmantelamento das defesas das negras, além do posterior magistral final de torres jogado.
Simplesmente uma aula de xadrez e de posicionamento frente à vida ! Coerência de ações no curto, médio e longo prazos, com planos factíveis e com continuidade, além da devida firmeza e técnica de execução. Nada acontece por acaso!




Mas como a falibilidade é uma característica natural da espécie humana, não posso deixar de transcrever a partida abaixo, que achei por acaso, ao buscar a partida da palestra em meu banco de partidas.... Impressionou-me o fato de ter sido jogada em Moscou no mesmo ano de 1963 por Tigran Petrosian... Como ele pode cometer tantos erros básicos no final de torres jogado contra Korchnoi e ao mesmo tempo ter feito tal jóia do xadrez na partida com Botvinnik ??



Abaixo imagens da palestra, cedidas pelo prof. Fernando Madeu.










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