1- Quais as principais motivações que levaram você a fazer o circuito catalão?
K- Nunca tinha jogado um torneio na Europa, e assim poderia fazer turismo e jogar xadrez nas horas vagas, e convenhamos, Barcelona é imperdível.
2 - Por que você escolheu o circuito catalão?
K- O circuito tem a vantagem de reunir vários torneios em seqüência em cidades bem próximas umas das outras, o que facilita o translado e reduz sensivelmente os custos. E também o fato de serem torneios já tradicionais e muito bem organizados.
3 - Fale-me um pouco do seu planejamento da viagem. Pontos positivos e pontos a melhorar.
K- O ideal é que uma viagem como essa seja planejada com bastante antecedência, no meu caso foram 4 meses, assim a passagem aérea fica mais em conta e dá p/ reservar os hotéis com tranqüilidade, pois agosto é alta temporada na Espanha. Planejando se reduz em muito os imprevistos, mas mesmo assim aprendi que devo aumentar o intervalo de horas entre as escalas dos vôos , pois devido a um atraso na decolagem no Brasil quase perdi a escala em Lisboa p/ Pamplona. Outro ponto seria reduzir o n. de jogos, pois exagerei, joguei 4 torneios seguidos, 37 jogos em 34 dias, nos últimos já estava exausto e perdi vários jogos devido ao cansaço, não aguentava nem olhar p/ tabuleiro,rss.
4 – Qual foi sua melhor partida? Como deve ser a preparação para se jogar um bom torneio desse nível? E as partidas perdidas, o que você aprendeu com elas?
K- Tive algumas partidas interessantes, como com a WMI Patrícia Vega e contra o GM Handke Florian da Alemanha. Como preparação senti falta de um plano B e tive que improvisar um repertório alternativo de aberturas. Pois em torneios deste tipo, com 1 rodada por dia, os adversários tem todo o tempo do mundo p/se preparar contra você, e no meu caso, o agravante é que como legítimo jogador de café,rss, jogar gambitos contra adversários preparados não é muito aconselhável,rss. As partidas perdidas foram várias! Um grande material de aprendizado!rss. O controle do tempo é fundamental, desperdicei várias partidas no apuro, e olha que o controle era de 90 minutos p/ 40 lances + 30 minutos, com 30 segundos de acréscimo!
5 – Qual foi o aspecto mais importante para você como resultado dessa sua viagem ?
K- A confraternização com meus amigos Alexanos Maia , Mascarenhas e Blanco e as novas amizades que fiz por lá. Isso não tem preço, e é uma das coisas boas que se leva dessa vida.
6 – Fale-me dos aspectos turísticos e culturais de sua viagem.
K- Foram vários, posso citar alguns, como a Pamplona de Hemingway, O museu do Salvador Dali em Figueres , as ruínas da colonização Romana em Badalona, e Barcelona dispensa comentários, como diz o Joca, não morra sem conhecer Barcelona, rss.
7 – Podemos fazer algo igual a Sants por aqui no Rio de Janeiro ? O que falta para isso ser realidade num futuro próximo?
K- Isso é um trabalho de longo prazo eles precisaram de mais de 10 anos p/ estabelecer uma estrutura profissional e principalmente conquistar o espaço no cenário mundial. A nível de América Latina é possível fazer um grande torneio, mas nunca comparável a magnitude de Sants.
8– Qual foi o momento mais marcante de sua viagem? Qual foi o momento mais feliz? Qual foi o momento mais engraçado?
O momento mais marcante foi acompanhar os jogos do Morozevich a
9 – E a saudade da família? Como você equilibrou isso?
K- Não equilibrei, a saudade pesou..., 35 dias longe da mulher e dos filhos é tempo demais.
10 – Qual será seu próximo evento internacional? Vai repetir a dose onde e quando??
K- Não tenho nada marcado ainda, talvez o Continental no México ou na Colômbia. Ou um torneio aberto no Clube Argentino
11 – Você tem idéia que este seu sonho realizado pode incentivar outros brasileiros no mesmo caminho? Quais conselhos daria a esses jogadores?
K- Todos que puderem devem fazer uma experiência dessas pelo menos uma vez na vida, mas sempre lembrando que o mais importante é curtir a viagem, estabelecer metas de desempenho é coisa p/ profissionais, aproveitar cada momento é o mais importante.
12 – Você considera importante uma participação política mais efetiva dos enxadristas na luta para ter estruturas melhor organizadas? Você percebeu de alguma forma este tipo de comportamento nos enxadristas europeus?
K- Até há alguns anos atrás, eu como a grande maioria dos jogadores, não fazia nenhuma exigência quanto às condições de jogo, e vi a estrutura que já era fraca cair a níveis inimagináveis*, inclusive com a ausência de planilhas, falta de tabuleiros e peças e etc. Na Europa não é preciso levar peças e relógios p/ se jogar um torneio, isso é responsabilidade dos organizadores. Podem falar:” mas lá é diferente o poder aquisitivo é mais alto”, mas essa alegação cai por terra, pois já joguei vários torneios abertos no Espírito Santo e
13 - Algo mais a dizer?
K- Tenho,” o último a sair apague a Luz” , rss.
* nota de Maiakowsky: vejam AQUI o inimaginável a que o entrevistado se referiu.
Um comentário:
o kleber sempre muito coerente nas respostas
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