Reproduzo abaixo parte do Informe nº04/08 da Federação Baiana de Xadrez, entidade que vem crescendo muito ultimamente. Antes de emitir propostas, é bom pesquisar e comparar com outras entidades o que está sendo feito em relação ao conteúdo proposto.
O Informe da Federação Baiana é sobre taxas federativas.Meu interesse propositivo é sobre taxa anual federativa a ser cobrada dos jogadores. Notem que a Federação Baiana fez uma Pesquisa de Opinião balizadora dos valores cobrados.
Creio que a mesma medida deveria ser estudada e debatida para aplicação no xadrez do Estado do RJ (abolindo a anuidade de clubes onde o valor agregado está mais na coerção e impedimento aos clubes do que à importância financeira dos recursos arrecadados). Resultaria num incremento considerável de receita. Mas para isto a entidade oficial deveria atender a dois pressupostos: a)impecável organização administrativa; b)transparência contábil-financeira (até para não ser violado o princípio contábil da Entidade ).
Recurso que sai do bolso do próprio jogador é mais cobrado. E maior cobrança implica em gestões administrativas e financeiras mais organizadas.
INFORME Nº 4 DA DIRETORIA DA FBX: - TAXAS FEDERATIVAS
Em Reunião da Diretoria da FBX realizada no dia 23 de outubro de 2008, foram decididas as pendências quanto a implantação das diversas taxas operacionais a serem cobradas a partir de 01 de janeiro de 2009 no âmbito da Federação Baiana de Xadrez as quais ficaram como segue:
- Taxa Anual Federativa – R$ 30,00 para Adultos de ambos os sexos;
- R$ 15,00 para Menores de 18 anos de ambos os sexos;
- Menores de 14 anos isentos.
- Taxa de Registro de Torneio – R$ 20,00 até R$ 80,00. Veja explicação abaixo do quadro.
- Taxa de cálculo de rating FBX – R$ 1,00 por enxadrista inscrito.
A Informação das Taxas de Registro e de Cálculo de Rating não devem constar do programa nem do folder do torneio (Informar apenas o valor da inscrição que já deverá conter todas as despesas de operacionalização do torneio.)
A Taxa Anual Federativa, deverá ser cobrada toda vez que o enxadrista participar de seu primeiro torneio no ano, e recolhida à FBX juntamente com a diferença da taxa de Registro do Torneio.
Esta cobrança está sendo implantada com o fito de prover a FBX de recursos próprios e está respaldada no sentimento de enxadristas baianos de várias cidades que responderam a Pesquisa de Opinião, que permaneceu à disposição no Site da FBX e da Chess Events por 06 meses. Apesar de não ter havido uma adesão maciça por parte dos supostos mais de 3000 enxadristas baianos, a resposta da pesquisa representou o pensamento da maioria, e sua tabulação indicou como valores médios, respectivamente para Adultos e Menores de 18 anos, R$ 30,00 e R$ 15,00.
Corroborou ainda, esta decisão, o quadro atual das Federações Co-irmãs que só conseguiram se organizar e crescer a partir do momento que instituíram procedimento semelhante, como as Federações de Pernambuco, Sergipe, Paranaense, Gaúcha sem falar das que já utilizavam a prática a mais tempo e que, logicamente não só por isto, estão mais avançadas, mas as quais, com certeza, este procedimento ajudou em muito para que chegassem ao patamar em que se encontram.
Estados como Amazonas e Espírito Santo reportaram não cobrar nada dos federados, porém informaram possuir Leis Municipais e Estaduais que cobrem as despesas da Federação e de Realização de Eventos.
As Federações dos outros Estados não responderam o Email em que solicitamos informações sobre taxas.
5 comentários:
Prezado Maia,
O princípio citado por V. Sa. é o da Entidade. E só. Não existe Pricípio da Entidade Contábil. Na verdade, conforme a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 750/93, existem sete Princípios Fundamentais da Contabilidade: Entidade, Continuidade, Oportunidade,Registro pelo Valor Original,Atualização Monetária, Competência e Prudência.
Quanto à cobrança de anuidade dos atletas, creio que além de ser uma medida que enfraquece os clubes, a maioria dos enxadristas não concorda com ela. Porém, isto não é uma verdade absoluta.É apenas o meu ponto de vista.
E parabéns por colocar estes assuntos em discussão.
Prezado Marco,
Sei muito bem os Princípios Fundamentais da Contabilidade, quais são, os termos corretos e os conceitos. Mas obrigado pelo rigor técnico, intervenha sempre quando puder.
Sugiro que poste uma nova mensagem, explicitando aos leitores o que é o Princípio da Entidade, para eles captarem o que eu penso. V.Sª captou ?
Quanto ao assunto do tópico, diga-me: 1) como enfraqueceria os clubes, quais seus argumentos?;
2) baseado em quais dados V.Sª afirma que a maioria dos enxadristas não concorda ? já foi feita uma pesquisa, é achismo de V.Sª ou ouviu dizer?
Obrigado pelos parabéns. É necessário que se comece a discutir essas e outras questões.
Maia, este problema é histórico na FEXERJ, quando fui presidente tentei algo parecido e não consegui se quer o apoio para cobrar o cadastro CBX dos atletas que caso todos os jogadores filiados a FEXERJ, pagassem, daria um retorno financeiro fantástico a Federação, mais os clubes por alguma razão detestam isso e até a ALEX , lutava e votava contra a obrigatoriedade do pagamento do cadastro que é cobrado pela maioria das federações, a paulista cobra o da CBX e ainda um da FPX e lá ninguém reclama e não falta dinheiro a entidade.
Aqui no Rio, pelo contrario os clubes eram sempre contra a implantação do cadastro da CBX e a FEXERJ já foi até obrigada pelos clube a devolver o dinheiro que seria repassado a ela ou para ser mais exato, os atletas do Rio pagavam menos.
Outra coisa eu sou a favor de ser cobrado uma taxa anual dos jogadores mais sou contra a isenção dos clubes, isso pode ocasionar sérios problemas, e também sou contra de ser cobrado algo para calculo de rating.
Isso é minha opinião e na AGO, votaria sim pela implantação da cobrança de uma taxa anual dos jogadores, mais acredito que seria massacrado, consiga algum clube que apresente a proposta e provavelmente vamos perder com uma grande diferença, mais podemos tentar.
obs: O PSXC não apresenta a proposta
MF Eduardo Arruda
Prezado Maia,
Tenho observado ao longo de quase 20 anos de xadrez, em diversos clubes, não em todos, o quão é difícil arrecadar mensalidades e os associados estarem rigorosamente adimplentes. Tivemos, anos atrás, um cado de quase falência do CXSP, de cuja importância você conhece bem. Se já é difícil recolher mensalidades, imagine uma contribuição a mais (leia-se anuidade).Há casos de jogadores que se filiaram à CBX, apenas para jogar um torneio e depois nunca mis contribuíram.
Haverá, certamente, uma debandada de associados para clubes que não cobram mensalidades, ou estes não pagarão e não terão direito a voto em seus clubes, dificultando a renovação dos quadros diretores, o que certamente não é o ideal. Vemos listagens de grande número de associados em vários clubes. Será que todos os associados estão rigorosamente em dia? Creio que nem 50% estão. E estes que pagam pelos outros (esta é a verdade)ainda terão que pagar mais uma taxa: anuidade. Será que estes que já pagam seus clubes mensalmente, sentir-se-ão encorajados a continuar contribuindo, tendo mais uma taxa, enquanto seus colegas não pagam? A não ser que só paguem uma vez ao ano. E mais nada.
Qto à minha opinião em que a maioria dos enxadristas não concorda com mais um encargo, ela se baseia no fato de conversas com outros enxadristas. Possuo amigos em praticamente em todos os clubes e uma forte maioria com quem conversei, se disse contra. Mas vc tem razão: seria necessário uma pesquisa, onde um número maior possível de enxadristas pudesse escolher. Sugiro, assim, que cada clube fizesse o seu "plebiscito" e apontasse a preferência de seus associados. Se todos os clubes fizessem isto, teríamos um grande número de enxadristas participando desta votação, o que daria extraordinária clareza neste processo.
Mas, é isso aí: é mister o debate!
Prezados Marco e Arruda,
As postagens de vocês foram muito enriquecedoras. Antes de mostrar meus argumentos, vou reproduzir novamente um trecho do informe da Federação Baiana:
"Corroborou ainda, esta decisão, o quadro atual das Federações Co-irmãs que só conseguiram se organizar e crescer a partir do momento que instituíram procedimento semelhante, como as Federações de Pernambuco, Sergipe, Paranaense, Gaúcha sem falar das que já utilizavam a prática a mais tempo e que, logicamente não só por isto, estão mais avançadas, mas as quais, com certeza, este procedimento ajudou em muito para que chegassem ao patamar em que se encontram.
Estados como Amazonas e Espírito Santo reportaram não cobrar nada dos federados, porém informaram possuir Leis Municipais e Estaduais que cobrem as despesas da Federação e de Realização de Eventos.
As Federações dos outros Estados não responderam o Email em que solicitamos informações sobre taxas".
É natural em todo ser humano um primeiro impulso de ser refratário a qualquer medida que implica em desembolsar dinheiro. São necessários argumentos convincentes para demonstrar a relação custo-benefício.
Acho que é importante tentar quebrar essa "arrogância provinciana" que o xadrez do Rio tem. Temos que estudar e tentar aprender com os bons exemplos das outras federações. Nossos problemas não são diferentes dos de nenhuma outra federação mas o potencial do Estado do RJ é muito grande e está muito aquém da situação em que se encontra.
Creio que a pessoas pagam com satisfação quando os serviços, definidos na missão institucional, são bem prestados. Não acho que haverá grau de correlação forte nem moderada entre a instituição da anuidade federativa por jogador e o enfraquecimento dos clubes, como afirmou o Marco. Serve para os clubes também o que escrevi, acima ou seja, os associados estarão adimplentes se o clube oferecer boas atividades. Notem que se tomarmos o valor estipulado pela FBX, seriam trinta reais por ano, menos de quatro reais por mês para cada atleta federado.
Não vejo também como a anuidade por jogador enfraqueceria a renovação dos quadros-diretores dos clubes. Os quadros-diretores são os mesmos há muito tempo, mudam muito pouco. Acho até que isto é uma variável que transforma os problemas em questões históricas, como escreveu o Arruda.
Fico satisfeito em saber que o Arruda na sua gestão tentou implementar a anuidade. Não vejo, sinceramente, motivos para não implementar já que o aumento da receita é evidente, um crescimento exponencial. Os únicos motivos que vislumbro são que as cobranças pela qualidade dos serviços e pela transparência financeira aumentariam muito, o que impediaria a manutenção da entidade num feudo com administração excessivamente centralizada.
Também discordo da cobrança de taxa para cálculo de rating mas ratifico que a cobrança da anuidade dos clubes é ultrapassada, não representa impacto financeiro positivo, conforme me afirmou uma vez um alto dirigente da Fexerj e só serve para implementação de impedimentos e constrangimentos aos clubes. A anuidade sim, enfraquece os clubes.
E não tenha medo do massacre, Arruda. Assembléia não é só para ganhar, mas para levar idéias, tentar mudar paradigmas. Pode se perder de zero numa votação em um ano e ganhar no outro. Para mim os fins não justificam os meios.
Verdade, caro Marco, é necessário uma pesquisa. Mas fazê-la somente após algum amadurecido debate nos clubes, se possível com a iniciativa da Federação.
Por fim, a questão é que não se tenta. As normas da Federação permitem, autorizam a cobrança da anuidade. Lembro que numa AGE toquei no ponto e o Barata disse que pensava em utilizar da autorização dada pela norma. A implementação da anuidade é um sistema que pode ser aperfeiçoado com o tempo, corrigindo as distorções, promovendo isenções, criando mecanismos de fomento e repasses aos clubes-isso num cenário ótimo.
É isso aí. Vamos debatendo.
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