terça-feira, 25 de novembro de 2008

137- Benchmarking-Taxa Anual Federativa

Reproduzo abaixo parte do Informe nº04/08 da Federação Baiana de Xadrez, entidade que vem crescendo muito ultimamente. Antes de emitir propostas, é bom pesquisar e comparar com outras entidades o que está sendo feito em relação ao conteúdo proposto.
O Informe da Federação Baiana é sobre taxas federativas.Meu interesse propositivo é sobre taxa anual federativa a ser cobrada dos jogadores. Notem que a Federação Baiana fez uma Pesquisa de Opinião balizadora dos valores cobrados.
Creio que a mesma medida deveria ser estudada e debatida para aplicação no xadrez do Estado do RJ (abolindo a anuidade de clubes onde o valor agregado está mais na coerção e impedimento aos clubes do que à importância financeira dos recursos arrecadados). Resultaria num incremento considerável de receita. Mas para isto a entidade oficial deveria atender a dois pressupostos: a)impecável organização administrativa; b)transparência contábil-financeira (até para não ser violado o princípio contábil da Entidade ).
Recurso que sai do bolso do próprio jogador é mais cobrado. E maior cobrança implica em gestões administrativas e financeiras mais organizadas.

INFORME Nº 4 DA DIRETORIA DA FBX: - TAXAS FEDERATIVAS

Em Reunião da Diretoria da FBX realizada no dia 23 de outubro de 2008, foram decididas as pendências quanto a implantação das diversas taxas operacionais a serem cobradas a partir de 01 de janeiro de 2009 no âmbito da Federação Baiana de Xadrez as quais ficaram como segue:

- Taxa Anual Federativa – R$ 30,00 para Adultos de ambos os sexos;
- R$ 15,00 para Menores de 18 anos de ambos os sexos;
- Menores de 14 anos isentos.
- Taxa de Registro de Torneio – R$ 20,00 até R$ 80,00. Veja explicação abaixo do quadro.
- Taxa de cálculo de rating FBX – R$ 1,00 por enxadrista inscrito.
A Informação das Taxas de Registro e de Cálculo de Rating não devem constar do programa nem do folder do torneio (Informar apenas o valor da inscrição que já deverá conter todas as despesas de operacionalização do torneio.)
A Taxa Anual Federativa, deverá ser cobrada toda vez que o enxadrista participar de seu primeiro torneio no ano, e recolhida à FBX juntamente com a diferença da taxa de Registro do Torneio.

Esta cobrança está sendo implantada com o fito de prover a FBX de recursos próprios e está respaldada no sentimento de enxadristas baianos de várias cidades que responderam a Pesquisa de Opinião, que permaneceu à disposição no Site da FBX e da Chess Events por 06 meses. Apesar de não ter havido uma adesão maciça por parte dos supostos mais de 3000 enxadristas baianos, a resposta da pesquisa representou o pensamento da maioria, e sua tabulação indicou como valores médios, respectivamente para Adultos e Menores de 18 anos, R$ 30,00 e R$ 15,00.
Corroborou ainda, esta decisão, o quadro atual das Federações Co-irmãs que só conseguiram se organizar e crescer a partir do momento que instituíram procedimento semelhante, como as Federações de Pernambuco, Sergipe, Paranaense, Gaúcha sem falar das que já utilizavam a prática a mais tempo e que, logicamente não só por isto, estão mais avançadas, mas as quais, com certeza, este procedimento ajudou em muito para que chegassem ao patamar em que se encontram.

Estados como Amazonas e Espírito Santo reportaram não cobrar nada dos federados, porém informaram possuir Leis Municipais e Estaduais que cobrem as despesas da Federação e de Realização de Eventos.
As Federações dos outros Estados não responderam o Email em que solicitamos informações sobre taxas.

5 comentários:

Marco Coutinho disse...

Prezado Maia,

O princípio citado por V. Sa. é o da Entidade. E só. Não existe Pricípio da Entidade Contábil. Na verdade, conforme a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº 750/93, existem sete Princípios Fundamentais da Contabilidade: Entidade, Continuidade, Oportunidade,Registro pelo Valor Original,Atualização Monetária, Competência e Prudência.
Quanto à cobrança de anuidade dos atletas, creio que além de ser uma medida que enfraquece os clubes, a maioria dos enxadristas não concorda com ela. Porém, isto não é uma verdade absoluta.É apenas o meu ponto de vista.
E parabéns por colocar estes assuntos em discussão.

Maiakowsky, um blog sobre xadrez (e algo mais!) disse...

Prezado Marco,
Sei muito bem os Princípios Fundamentais da Contabilidade, quais são, os termos corretos e os conceitos. Mas obrigado pelo rigor técnico, intervenha sempre quando puder.
Sugiro que poste uma nova mensagem, explicitando aos leitores o que é o Princípio da Entidade, para eles captarem o que eu penso. V.Sª captou ?
Quanto ao assunto do tópico, diga-me: 1) como enfraqueceria os clubes, quais seus argumentos?;
2) baseado em quais dados V.Sª afirma que a maioria dos enxadristas não concorda ? já foi feita uma pesquisa, é achismo de V.Sª ou ouviu dizer?
Obrigado pelos parabéns. É necessário que se comece a discutir essas e outras questões.

MI-AF Eduardo Arruda disse...

Maia, este problema é histórico na FEXERJ, quando fui presidente tentei algo parecido e não consegui se quer o apoio para cobrar o cadastro CBX dos atletas que caso todos os jogadores filiados a FEXERJ, pagassem, daria um retorno financeiro fantástico a Federação, mais os clubes por alguma razão detestam isso e até a ALEX , lutava e votava contra a obrigatoriedade do pagamento do cadastro que é cobrado pela maioria das federações, a paulista cobra o da CBX e ainda um da FPX e lá ninguém reclama e não falta dinheiro a entidade.
Aqui no Rio, pelo contrario os clubes eram sempre contra a implantação do cadastro da CBX e a FEXERJ já foi até obrigada pelos clube a devolver o dinheiro que seria repassado a ela ou para ser mais exato, os atletas do Rio pagavam menos.
Outra coisa eu sou a favor de ser cobrado uma taxa anual dos jogadores mais sou contra a isenção dos clubes, isso pode ocasionar sérios problemas, e também sou contra de ser cobrado algo para calculo de rating.
Isso é minha opinião e na AGO, votaria sim pela implantação da cobrança de uma taxa anual dos jogadores, mais acredito que seria massacrado, consiga algum clube que apresente a proposta e provavelmente vamos perder com uma grande diferença, mais podemos tentar.
obs: O PSXC não apresenta a proposta
MF Eduardo Arruda

Marco Coutinho disse...

Prezado Maia,
Tenho observado ao longo de quase 20 anos de xadrez, em diversos clubes, não em todos, o quão é difícil arrecadar mensalidades e os associados estarem rigorosamente adimplentes. Tivemos, anos atrás, um cado de quase falência do CXSP, de cuja importância você conhece bem. Se já é difícil recolher mensalidades, imagine uma contribuição a mais (leia-se anuidade).Há casos de jogadores que se filiaram à CBX, apenas para jogar um torneio e depois nunca mis contribuíram.
Haverá, certamente, uma debandada de associados para clubes que não cobram mensalidades, ou estes não pagarão e não terão direito a voto em seus clubes, dificultando a renovação dos quadros diretores, o que certamente não é o ideal. Vemos listagens de grande número de associados em vários clubes. Será que todos os associados estão rigorosamente em dia? Creio que nem 50% estão. E estes que pagam pelos outros (esta é a verdade)ainda terão que pagar mais uma taxa: anuidade. Será que estes que já pagam seus clubes mensalmente, sentir-se-ão encorajados a continuar contribuindo, tendo mais uma taxa, enquanto seus colegas não pagam? A não ser que só paguem uma vez ao ano. E mais nada.
Qto à minha opinião em que a maioria dos enxadristas não concorda com mais um encargo, ela se baseia no fato de conversas com outros enxadristas. Possuo amigos em praticamente em todos os clubes e uma forte maioria com quem conversei, se disse contra. Mas vc tem razão: seria necessário uma pesquisa, onde um número maior possível de enxadristas pudesse escolher. Sugiro, assim, que cada clube fizesse o seu "plebiscito" e apontasse a preferência de seus associados. Se todos os clubes fizessem isto, teríamos um grande número de enxadristas participando desta votação, o que daria extraordinária clareza neste processo.
Mas, é isso aí: é mister o debate!

Maiakowsky, um blog sobre xadrez (e algo mais!) disse...

Prezados Marco e Arruda,

As postagens de vocês foram muito enriquecedoras. Antes de mostrar meus argumentos, vou reproduzir novamente um trecho do informe da Federação Baiana:

"Corroborou ainda, esta decisão, o quadro atual das Federações Co-irmãs que só conseguiram se organizar e crescer a partir do momento que instituíram procedimento semelhante, como as Federações de Pernambuco, Sergipe, Paranaense, Gaúcha sem falar das que já utilizavam a prática a mais tempo e que, logicamente não só por isto, estão mais avançadas, mas as quais, com certeza, este procedimento ajudou em muito para que chegassem ao patamar em que se encontram.

Estados como Amazonas e Espírito Santo reportaram não cobrar nada dos federados, porém informaram possuir Leis Municipais e Estaduais que cobrem as despesas da Federação e de Realização de Eventos.
As Federações dos outros Estados não responderam o Email em que solicitamos informações sobre taxas".

É natural em todo ser humano um primeiro impulso de ser refratário a qualquer medida que implica em desembolsar dinheiro. São necessários argumentos convincentes para demonstrar a relação custo-benefício.
Acho que é importante tentar quebrar essa "arrogância provinciana" que o xadrez do Rio tem. Temos que estudar e tentar aprender com os bons exemplos das outras federações. Nossos problemas não são diferentes dos de nenhuma outra federação mas o potencial do Estado do RJ é muito grande e está muito aquém da situação em que se encontra.

Creio que a pessoas pagam com satisfação quando os serviços, definidos na missão institucional, são bem prestados. Não acho que haverá grau de correlação forte nem moderada entre a instituição da anuidade federativa por jogador e o enfraquecimento dos clubes, como afirmou o Marco. Serve para os clubes também o que escrevi, acima ou seja, os associados estarão adimplentes se o clube oferecer boas atividades. Notem que se tomarmos o valor estipulado pela FBX, seriam trinta reais por ano, menos de quatro reais por mês para cada atleta federado.
Não vejo também como a anuidade por jogador enfraqueceria a renovação dos quadros-diretores dos clubes. Os quadros-diretores são os mesmos há muito tempo, mudam muito pouco. Acho até que isto é uma variável que transforma os problemas em questões históricas, como escreveu o Arruda.
Fico satisfeito em saber que o Arruda na sua gestão tentou implementar a anuidade. Não vejo, sinceramente, motivos para não implementar já que o aumento da receita é evidente, um crescimento exponencial. Os únicos motivos que vislumbro são que as cobranças pela qualidade dos serviços e pela transparência financeira aumentariam muito, o que impediaria a manutenção da entidade num feudo com administração excessivamente centralizada.
Também discordo da cobrança de taxa para cálculo de rating mas ratifico que a cobrança da anuidade dos clubes é ultrapassada, não representa impacto financeiro positivo, conforme me afirmou uma vez um alto dirigente da Fexerj e só serve para implementação de impedimentos e constrangimentos aos clubes. A anuidade sim, enfraquece os clubes.
E não tenha medo do massacre, Arruda. Assembléia não é só para ganhar, mas para levar idéias, tentar mudar paradigmas. Pode se perder de zero numa votação em um ano e ganhar no outro. Para mim os fins não justificam os meios.
Verdade, caro Marco, é necessário uma pesquisa. Mas fazê-la somente após algum amadurecido debate nos clubes, se possível com a iniciativa da Federação.

Por fim, a questão é que não se tenta. As normas da Federação permitem, autorizam a cobrança da anuidade. Lembro que numa AGE toquei no ponto e o Barata disse que pensava em utilizar da autorização dada pela norma. A implementação da anuidade é um sistema que pode ser aperfeiçoado com o tempo, corrigindo as distorções, promovendo isenções, criando mecanismos de fomento e repasses aos clubes-isso num cenário ótimo.

É isso aí. Vamos debatendo.