sábado, 5 de novembro de 2011

1110- DEPENDE DE NÓS!!

A importância da união dos atletas e da vigilância eterna

A força dos atletas: Desporto no gelo sob intervenção


       A Justiça do Rio de Janeiro acatou pedido de um grupo de atletas e afastou o presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Eric Leme Walther Maleson, acusado de várias irregularidades à frente da entidade.
          Emílio de Souza Strapasson foi nomeado interventor. Ele conduzirá uma auditoria para apurar a realidade dos fatos.
          Esta é a segunda confederação esportiva sob intervenção. A primeira é a de Vela e Motor, há quatro anos sem eleição de um presidente.
          A seguir, a carta enviada pelos atletas do gelo, explicando os motivos da medida extrema de recorrerem à Justiça. E fica provado que a unidade dos atletas é fundamental para dar rumos à gestão do esporte. 
Carta à imprensa
         Você lembra o famoso filme Jamaica Abaixo de Zero?
         Então você sabe o que é o bobsled. E você também já deve ter visto em algum momento nos últimos 9 anos alguma matéria sobre uma equipe brasileira que teima em representar nosso país.
         E talvez, caso você seja muito curioso, deve saber que existem vários outros esportes de inverno praticados por destemidos brasileiros.
         Pois o assunto desta carta é a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo - CBDG.
        A CBDG abriga 7 diferentes esportes olímpicos de inverno, todos praticados no gelo. Desde o advento da Lei Piva, o COB se reorganizou em relação aos desportos que fazem parte do programa olímpico de inverno, e os dividiu em duas Confederações Nacionais. A CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e a CBDG (Confederação Brasileira dos Desportos no Gelo).
        No último dia 27, a Justiça do Rio de Janeiro atendeu ao pedido de um grupo de atletas e ex-atletas do Gelo que entraram na Justiça com um pedido de intervenção do seu atual presidente, o carioca Eric Leme Walther Maleson. Nada é o que parece. Apesar do nome, Eric nasceu no Rio, e apesar de ser o presidente da CBDG, ele vive em Boston (EUA).
A queixa?
        A princípio os atletas estavam descontentes com a alocação de recursos, a falta de investimento em treinamentos, equipamentos, a falta de um planejamento, mesmo a curtíssimo prazo. Em alguns casos o atleta era avisado que a viagem seria cancelada dias e até mesmo horas antes do embarque. A impressão era que a CBDG tinha um dono, e nada mais. Sua esposa americana é a voz da secretaria eletrônica que atende em Boston. Nenhum funcionário, nenhum plano, nenhum clube filiado, nenhum patrocínio na ultima década, nenhuma transparência.
         O valor para filiar um clube na CBDG custa a bagatela de R$ 45.000,00 (!) Isso mesmo!
Ao buscar os documentos da CBDG junto aos cartórios, a surpresa foi maior ainda. Os clubes que sustentam a CBDG são constituídos por parentes, não tem movimentação a mais de 10 anos, os estatutos da CBDG são descumpridos constantemente, as eleições da Confederação não tem legitimidade, as prestações de conta estão sempre com atraso (de ate 3 anos) , etc, etc, etc.
         Os atletas constituíram advogado, buscaram inúmeras provas e montaram um assustador relatório onde tudo é mostrado e provado com fartura de dados.
         São 14 anos de uma gestão incompetente, sem desenvolvimento, sem patrocínios, sem organização, sem planejamento e quase sem futuro.
        Convidamos todos a lerem o relatório em anexo. É uma obra prima de um dirigente que pensa que nunca ninguém descobrirá suas mazelas, sua incompetência. É a prova da tomada de uma entidade em beneficio próprio, do uso do público pelo privado.
        Contamos com a indignação de todos, com o apoio daqueles que não se conformam com a desonestidade.
        Sim, a CBDG não tem a expressão e representatividade de outros esportes, mas nem por isso deve perder em valor. É uma entidade que representa nosso pais em 7 modalidades Olímpicas, que abriga atletas obstinados e capazes. Eles tem orgulho de ser brasileiros, de competir pelo nosso pais, de buscar e batalhar por seus sonhos, por mais inusitado que seja.

E abaixo, mais do excelente blog do Cruz.

Contribuição à agenda do ministro Aldo Rebelo

            Para que os assuntos do esporte em nível federal não fiquem no esquecimento, diante de escândalos que se sucedem na Esplanada dos Ministérios, relacionei alguns  pontos que me parecem os mais urgentes. E, modestamente, contribuo com a agenda do novo ministro Aldo Rebelo.
Futebol
            O secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Alcino Reis, concedeu entrevista à GloboNews, hoje à tarde. Falou obviedades.
            Alcino é um ex-assessor de Orlando, o ministro que saiu do governo sob suspeita de corrupção. Inocente, ele está sendo investigado.
            Foi sob o comando de Orlando Silva e Alcino Reis que o Ministério repassou suspeitos R$ 6,1 milhões ao Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional. Suspeito porque o dinheiro serviria para financiar um trabalho que não foi realizado, assunto debatido nacionalmente no mês passado, ponto de partida para fragilizar a gestão do ex-ministro.
            Assim, seria oportuno que o ministro Aldo se manifestasse sobre a orientação para recuperar os R$ 6,1 repassados ao futebol profissional, para absolutamente nada.
Xadrez
            Qual a orientação do ministro sobre o processo que envolve a Federação Paulista de Xadrez – recebeu R$ 5 milhões para um programa de fachada do Segundo Tempo em Americana (SP)? A procuradora federal Heloisa Maria Fontes Barreto, de Piracicaba, investiga o assunto. O inquérito policial é o de número 25-0193/2010.  
Repasses e transparência
            Onde foram aplicados, efetivamente, os R$ 6 milhões repassados à Confederação Brasileira do Desporto Universitário? As prestações de contas estão disponíveis para caracterizar transparência no uso de tanto dinheiro?
            E os R$ 5 milhões para a Confederação Brasileira do Desporto Escolar, foram aplicados em que projetos?
            Que providências o Ministério do Esporte tomará diante da falta de ocupação da maioria das instalações usadas nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, já que quase todo parque foi construído com verba federal?
            Qual a orientação do ministro para que se crie a Agência Brasileira de Combate ao Doping, que o ministro anterior empurrou com a barriga, desde 2003, apesar dos insistentes pedidos do Comitê Olímpico Internacional e da Wada, considerando que seremos sede olímpica em 2016?
            Qual a orientação do ministro Aldo Rebelo para controlar a farta distribuição de recursos – via convênios –  às confederações, já contemplados com verbas da Lei Piva, Lei de Incentivo e patrocínios das estatais?  
            A secretaria de Esporte de Alto Rendimento tem o controle da aplicação de R$ 650 milhões nos dois últimos anos?
            Enquanto elaboro outra "memória', coloco esta à disposição do Senhor Ministro.

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